Cineasta Jonas Mekas morre aos 96 anos
Considerado um dos mestres do cinema avant-garde norte-americano, lituano dirigiu mais de 40 filmes, entre curtas e longas-metragens
atualizado
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O diretor Jonas Mekas, considerado um dos mestres do cinema avant-garde norte-americano, morreu nesta quarta-feira (23/1), aos 96 anos, de acordo com a distribuidora francesa Potemkine.
Nascido na Lituânia, o artista era radicado nos Estados Unidos desde 1949. Saiu da Europa para fugir do clima violento em meio à Segunda Guerra Mundial. Ao longo de seis décadas, ajudou a definir a produção underground de Nova York por meio de celebrados curtas e longas-metragens.
Nos anos 1950, ao lado de seu irmão, Adolfas, fundou a revista Film Culture e escreveu críticas de filmes para o prestigiado Village Voice. À época, Mekas participava intensamente da cena artística e intelectual de Nova York, colaborando com artistas como Andy Warhol, Allen Ginsberg e John Lennon.
Em 1964, o lituano fundou a Filmmakers’ Cinemateque, instituição que mais tarde se tornaria a Anthology Film Archives, importante órgão que conserva filmes avant-garde. Sua atuação também se estendeu na criação da Film-Makers’ Cooperative, ao lado de nomes como Shirley Clarke, Gregory Markopoulos, Stan Brakhage e outros artistas independentes e experimentais.
Entre os trabalhos mais importantes de Mekas estão Guns of the Trees (1961), drama que acompanha uma jovem desesperada prestes a se suicidar, The Brig (1964), sobre marinheiros prisioneiros no Japão, e He Stands in the Desert Counting the Seconds of His Life (1986), registro poético sobre a comunidade artística que o rodeava.