Cineasta italiano Ermanno Olmi morre aos 86 anos
Diretor assinou filmes premiados como A Árvore dos Tamancos (1978), vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes
atualizado
Compartilhar notícia
O diretor de cinema italiano Ermanno Olmi morreu nesta segunda (7/5), aos 86 anos, em Asiago. Com mais de seis décadas de carreira, o artista assinou filmes premiados como A Árvore dos Tamancos (1978), vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes, e A Lenda do Santo Beberrão (1988), longa laureado com o Leão de Ouro em Veneza.
Segundo a imprensa italiana, o realizador havia sido internado na sexta (4) em caráter de urgência para tratar o agravamento a síndrome de Guillain-Barré, que o manteve paralisado por meses.Nascido em Bérgamo, na região da Lombardia, Olmi começou sua trajetória no cinema nos anos 1950. Após quase uma década fazendo curtas, ele atraiu a atenção internacional com seu segundo longa, O Posto (1961), sobre um jovem em busca de oportunidades numa grande empresa.
Carreira
Dois anos depois, Olmi casou-se com a atriz Loredana Detto, protagonista da produção. O relacionamento gerou três filhos. Também em 1963, ele concorreu à Palma de Ouro em Cannes pela primeira vez com Os Noivos, história que envolve relacionamento, trabalho e fidelidade.
Autor de crônicas sociais e narrativas históricas, Olmi acumulou 92 créditos como diretor em 64 anos de carreira, entre curtas, trabalhos para a televisão, documentários e obras de ficção.
A Árvore dos Tamancos (1978), seu filme mais celebrado, volta ao fim do século 19 para mostrar a vida difícil de famílias humildes na Itália rural. Em outro longa conhecido, A Lenda do Santo Beberrão (1988), o holandês Rutger Hauer interpreta um alcoólatra que tenta saldar uma dívida. Olmi também dirigiu o ator em A Aldeia de Cartão (2011).
Nos últimos anos, o italiano lançou seus últimos dois longas. Os Campos Voltarão (2014) acompanha o drama de soldados entrincheirados durante os momentos finais da Primeira Guerra Mundial, enquanto Vedete, Sono Uno di Voi (2017) traz uma biografia do cardeal Carlo Maria Martini, ex-arcebispo de Milão.
Em comunicado, Paolo Baratta, presidente da Bienal de Veneza, lamentou o falecimento de Olmi. “Nós lamentamos a morte de uma das personalidades mais importantes do cinema e da cultura no pós-guerra italiano”, disse.