Cineasta fala sobre dirigir Mauricio de Sousa em novo filme da Mônica
Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo conta com participação de Mauricio de Sousa. Cineasta Mauricio Eça descreve como foi a experiência
atualizado
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Em uma das primeiras cenas de Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo, Maurício Eça, cineasta por trás das câmeras, tem uma missão complicada. Coube a ele dirigir Mauricio de Sousa que faz uma ponta no filme, que chega aos cinemas nesta quinta-feira (18/1).
A cena, em si, não é um spoiler – afinal, foi uma das utilizadas para a divulgação do longa. Mesmo que não tenha um importância crucial na trama, ter Maurício de Sousa como um porteiro, recebendo os integrantes da turminha na escola de Ensino Médio é, na visão do diretor, um simbolismo grande.
“Tem um significado absurdo, marca a mudança da turma de crianças para um grupo de adolescente”, diz Mauricio Eça, em entrevista ao Metrópoles. No filme, Mônica, Cebolinha, Cascão, Magali e Milena não são mais as fofas crianças no bairro do Limoeiro. Viraram adolescentes e têm dilemas típicos do período.
Nova Turma da Mônica
Não à toa, o elenco do filme é completamente diferente do pessoal da saga Lições. Com Sophia Valverde no papel de Mônica, Xande Valois vive Cebola; Bianca Paiva é Magali; Theo Salomão, Cascão; e Carol Ribeiro interpreta Milena.
“Acho que, de certa forma, é um filme sobre amizade, sobre como esses personagens mudaram. É uma evolução”, comenta Eça. “A Mônica tenta aprender a lidar com a impulsividade, o Cebolinha não fala mais errado e atende como Cebola. São mudanças que chegam com a idade”, completa.
Para o diretor, outro ponto positivo é a liberdade que essa mudança etária traz a obra, que busca acrescentar elementos de terror e fantasia.
“A Turma da Mônica Jovem [nos quadrinhos] é um mangá. Isso, no live-action, abriu várias possibilidades de criação para a gente. [Falo isso] do ponto de vista narrativo e também visual”, comemora Eça.
O filme então criar um universo de fantasia, com direito a labirinto de espelhos, um vilão com pretensão assustadora e um universo no qual magia, novas dimensões e elementos misteriosos convivem com os dramas mundanos dos adolescentes.
“Acredito que filmes de fantasia e terror sejam muito importantes para criar uma indentidade brasileria no cinema de gênero”, pontua o realizador.
Cinema vs. streaming
Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo chega aos cinemas poucos dias depois de a Cota de Tela ser sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A legislação institui uma cota mínima para exibição de produções audiovisuais brasileiras nos cinemas até 31 de dezembro de 2033.
A medida, então, pode ajudar na distribuição do novo filme da turminha. Para Eça, que dirigiu produções exclusivas do streaming, como A Garota que Matou os Pais, a oportunidade de lançar nos cinemas é algo a ser aproveitado.
“O streaming é incrível, alcançamos simultâneamente 240 territórios. Mas tem filmes que são pensados para a tela grade, é uma experiência e uma sensação diferente”, conclui o diretor.