Cineasta brasiliense roda longa inspirado em obra de Monteiro Lobato
Baseado em Sítio do Pica-Pau Amarelo, o filme Réquiem Para Dona Benta, de Péterson Paim, contará com atores brasilienses e globais
atualizado
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O diretor brasiliense Péterson Paim está acostumado a revisitar clássicos literários no cinema. Depois de O Dom Quixote (2018), o cineasta começa a rodar o filme Réquiem Para Dona Benta, roteiro inspirado em Sítio do Pica-Pau Amarelo, obra do escritor Monteiro Lobato. Na adaptação, Pedrinho e Narizinho, já adultos, precisam salvar o sítio onde moram da especulação imobiliária e da degradação ambiental que despertou a fúria de seres folclóricos. Para isso, os personagens terão de reaviver à crença nas aventuras da infância.
No elenco, Cláudio Heinrich dará vida a Pedrinho. Neuza Borges interpretará Tia Anastácia, a responsável pela criação da boneca Emília. Robert Rowntree será o príncipe Escamado. Outra inspiração de Péterson para o longa-metragem é O Labirinto do Fauno, de Guillermo del Toro. “É um filme de fantasia, subgênero raro no Brasil”, destaca o brasiliense.
Péterson Paim não será o único a homenagear Monteiro Lobato em suas produções. Em janeiro deste anos, depois de o acervo do escritor se tornar de domínio público, o diretor Fabrício Bittar (Os Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro) também anunciou uma adaptação para as telonas.
Esse movimento não se restringiu ao setor cinematográfico, as livrarias estão repletas de novas edições da obra do autor. Um dos destaques entre os lançamentos, em fevereiro, será a biografia de Lobato Para Crianças. Escrito em primeira pessoa por Lilia Schwarcz e Marisa Lajolo, como se o próprio escritor contasse sua história, o livro não foge às polêmicas, fala de Anita Malfatti e das questões de racismo.
Sítio do Pica-Pau Amarelo
Monteiro Lobato escreveu os 23 volumes da obra entre os anos 1920 e 1947. A história se passa em um sítio, intitulado Pica-Pau Amarelo. Lá, Dona Benta, uma senhora de 70 anos de idade, vive com a netinha Lúcia, apelidada de Narizinho, e a Tia Nastácia, a empregada. Narizinho não se separa da boneca de pano Emília, que toma uma “pílula falante” e ganha vida.