Cine Ceará 2019: aliens fazem contato em ficção científica cubana
Atriz de Vis a Vis e Volver, María Isabel Díaz está no elenco de A Viagem Extraordinária de Celeste García
atualizado
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Fortaleza (CE)* – Uma das coisas mais especiais para quem frequenta festivais de cinema é poder ver obras que não conseguiria assistir normalmente nas salas comerciais ou mesmo na TV. Um exemplo claro disso é A Viagem Extraordinária de Celeste García, destaque da noite desta terça-feira (03/09) na programação do Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema. O filme é um misto de comédia, drama e ficção científica produzido em Cuba e com ótimos efeitos especiais.
Já achou diferente o bastante? Pois saiba que a trama se passa em um mundo em que alienígenas já fizeram contato com a Terra e abriram a possibilidade para humanos se candidatarem para visitar o planeta extraterrestre. É aí que surge a protagonista Celeste, uma professora aposentada de 60 anos que trabalha em um planetário. Sem grandes objetivos no dia a dia, ela decide que é hora de deixar o planeta azul. Junto com outros voluntários, ela acaba enviada para um campo de treinamento, onde vai se preparar até o dia que a nave passará.
Exibido no Festival de Toronto 2018, o longa conta com direção de Arturo Infante e com Maria Isabel Diaz no papel da protagonista. A dupla marcou presença no Cineteatro São Luiz para apresentar a sessão. “Estou muito feliz de lançar meu filme aqui em Fortaleza, no Cine Ceará, um festival muito importante para o nosso cinema latino. E mais feliz ainda de vir com essa maravilhosa atriz Maria Isabel Diaz, que conheço desde criança, mas nunca imaginei que trabalharia com ela um dia”, afirmou Infante, arriscando um português bem aceitável.
Na sequência, Maria Isabel Diaz brincou que não falaria em português, pois prefere ouvir a língua, especialmente quando dita por brasileiros. Cubana radicada há vários anos na Espanha, a atriz é conhecida no Brasil pelos trabalhos na série Vis a Vis e no cultuado Volver, de Pedro Almodóvar. A Viagem Extraordinária de Celeste García integra a Mostra Competitiva Ibero-americana de Longa-metragem.
Outros filmes
A programação do Cineteatro São Luiz desta terça contou ainda com a abertura da Mostra Competitiva Brasileira de Curta-Metragem, com a exibição de quatro curtas. São eles: As Constituintes de 88, de Gregory Baltz, que resgata a memória das mulheres que participaram da Assembleia Nacional Constituinte responsável por elaborar a Constituição Federal de 1988; Livro e Meio, de Giu Nishiyama e Pedro Nishi, uma alegórica animação sobre imergir em si mesmo; Primeiro Ato, de Matheus Parizi, sobre jovens atores que não se enquadram na visão quadrada de um professor de teatro e buscam algo a mais em um momento de saque à cultura; e Além da Jornada, de Victor Furtado e Gabriel Silveira, hermética produção cearense sobre o funcionário de uma agência de turismo que recebe uma missão insólita de seu patrão.
Embora boa parte do público da sessão estivesse focado na produção cearense, a obra que chamou mais a atenção entre os curtas foi Primeiro Ato, que debateu a função do ator e agente cultural, e ainda jogou uma luz sobre os constantes cortes à cultura sofridos nos últimos anos.
De forma paralela às competitivas principais, o Cinema do Dragão recebeu a Mostra Olhar do Ceará e as exibições do curta-metragem Revoada, de Victor Costa Lopes, e do longa Se Arrependimento Matasse, de Lília Moema Santana, seguidas por debates com os realizadores.
Estrelado por Débora Ingrid, Germana Guilhermme, Lana Soraya e Ângela Escudeiro, Se Arrependimento Matasse acompanha a história de quatro mulheres que se encontram por acaso e um arrependimento que é sentido por todas. Com roteiro da psicóloga Caroline Secundino Treigher, o filme tem momentos de romance, drama e até suspense.
*O repórter viajou a convite da organização do evento