“Chico – Artista Brasileiro” desvenda um dos maiores nomes da música nacional
Uma das estreias desta quinta (26/11), o documentário de Miguel Faria Jr. retrata intimidade e obra do cantor, compositor e escritor
atualizado
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Quase todo mundo tem uma história para contar, cuja trilha sonora é uma música de Chico Buarque. Essa memória musical afetiva nos aproxima do artista carioca e faz toda diferença ao assistir “Chico – Artista Brasileiro”. Longe dos palcos e dedicado intensamente à literatura há alguns anos, Chico surge no filme de Miguel Faria Jr. (“Vinicius” e “O Xangô de Baker Street”) como um amigo sumido, que reaparece depois de um tempo.
Por mais que seja avesso a mostrar a vida pessoal, o cantor e compositor carioca acaba tendo detalhes pessoais revelados – vez ou outra – por sites de fofoca ou até mesmo pela grande e tradicional mídia. O fato de ter sido casado e ter filhos e amigos artistas dificulta a discrição, mas acaba deixando Chico – mesmo que involuntariamente – ainda mais próximo do público.
O documentário insiste na busca do irmão alemão do carioca, mas, no fundo, o que realmente importa é o registro da vida e obra daquele que é um dos principais compositores brasileiros.
Um artista autocrítico
É o protagonista-homenageado quem nos conduz pela narrativa. As memórias – desde o nascimento dos filhos até os episódios de censura, que tem como ápice a interpretação de “Cálice” ao lado de Gilberto Gil, em 1973 – tem o reforço de belas imagens de arquivo, com depoimentos de Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Chico, entre as décadas de 1960 e 1990.
O presente do carioca tem ótimo momento nas cenas ao lado dos netos, e o futuro, no depoimento de Chico sobre a certeza que o tempo para criar suas obras aumenta, enquanto o tempo de vida diminui.
“Chico – Artista Brasileiro” tenta desvendar o cantor e escritor que, apesar de todo sucesso, tem consciência que quando as cortinas fecham a vida precisa (tentar) voltar ao normal. Chico sabe qual é o seu lugar de fala e, ao assumir que a bossa nova era música de elite e que hoje, apesar de toda crítica e alcunha de “brega”, a música brasileira “está ficando a cara da gente”, ele comprova que é um artista que vai além.
Avaliação: Bom
Veja horários e salas de “Chico – Artista Brasileiro”.