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Carolina Ferraz não convence como travesti em “A Glória e a Graça”

A atuação da atriz é prejudicada por um roteiro frágil e diálogos ruins

atualizado

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A Glória e a Graça
1 de 1 A Glória e a Graça - Foto: Reprodução

Musa de toda uma geração, a bela Carolina Ferraz surpreende os fãs com um papel diferente. A do travesti Glória, personagem que a diva da televisão brasileira vinha batalhando há quase dez anos. Problemas de agenda e financiamento adiaram o projeto, que agora chega às telonas sob direção de Flávio Tambellini.

Na trama, ela é uma bem-sucedida travesti, dona de um restaurante chique em Santa Tereza, que precisa acertar as contas com o passado ao reencontrar a irmã Graça (Sandra Corveloni). “Vistosa é a Carmen Miranda. Eu sou linda!!”, esnoba, quando Graça derrapa num comentário. “Meu nome é Glória!”, reclama, quando a irmã insiste em relembrar seu nome verdadeiro: Luiz Carlos.

Mas acontece que Graça foi diagnosticada com um aneurisma capaz de explodir a qualquer momento e, na falta de alguém para lhe ajudar, resolve rever conceitos, driblar preconceitos, quebrar tabu. Enfim, joga as mágoas, rancor e rixas para debaixo do tapete porque ninguém mais apropriada do que sua irmã Glória para cuidar de seus filhos.

“Por que uma travesti não pode ser mãe?”, questiona Glória em dado momento da história. “Sou honesta, trabalhadora, independente, pago em dias meus impostos…”, insiste.

Releitura mal resolvida de Almodóvar
Diretor de filmes bacanas da retomada do cinema brasileiro como “Bufo & Spallanzani” (2001), Flávio R. Tambellini — juntamente com os produtores (associados) Cacá Diegues e Carolina Ferraz –, estão bem-intencionados na tentativa de humanizar a figura dos travestis no cinema nacional, sempre abordados de forma caricata ou cômica. Mas se trata aqui de uma tentativa frustrada, mesmo o roteiro fugindo desse olhar torto e insensível acerca de tema e persona instigantes.

Aliás, o que falta à dupla de roteiristas Mikael Albuquerque e Lusa Silvestre é sensibilidade de um tipo pouco explorado no cinema brasileiro: a visceral. Na mão de um diretor europeu ou de qualquer um da velha e da jovem turma de Pernambuco, a história teria transcendido.

O que vemos em “A Glória e a Graça” é uma releitura mal resolvida de personagens similares do espanhol Almodóvar, uma extensão não evoluída desses tipos em novelas globais. Ou seja, mais do mesmo para lugar nenhum.

Com sua “voz forte, voz rouca, voz de cantora de MPB” e prótese bucal parecendo que vai saltar a qualquer momento no colo do espectador, Carolina Ferraz não convence um segundo como travesti. Muito pela falta de vigor na atuação.

Performance talvez maculada pela pobreza emocional dos diálogos e ousadia do enredo, que não deixa esse personagem em sua condição transgressora decolar, subverter, expor com sinceridade, se arriscar, fazer refletir…

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