Cannes: “Sibyl”, de Justine Triet
Mirando no thriller erótico e na examinação da sororidade, filme não acerta nenhum.
atualizado
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A terapeuta Sibyl (Virginie Efira) está vivendo uma vida após o famoso “e foram felizes para sempre”. Bem sucedida em sua profissão, ela perdeu algumas coisas de seu passado, como a carreira de autora bestseller de ficção, e outras ela deixou para trás, como seu ex-marido, e pai de seu filho, Gabriel (Niels Schneider). A melhor coisa que ela tem é o fato de ter deixado seu alcoolismo para trás.
Infelizmente, um filme precisa de drama, e a engrenagem começa a mexer durante as sessões de Margot (Adèle Exarchopoulos), uma atriz grávida de seu parceiro de cena, Igor (Gaspard Ulliel). Ele, por sua vez, está num relacionamento com a diretora do filme dos dois, Mika (Sandra Hüller). Um triângulo amoroso com uma terapeuta rondando a cena. A intriga está no ar.
Infelizmente, o filme não consegue entregar o que promete. Sibyl começa a gravar as sessões de Margot, como uma maneira de tentar inspirar-se para um novo livro. Quando as crises emocionais do set geram um convite à psicóloga estar presente no set e aconselhar os atores, ela não hesita. Todas as peças de um excelente thriller estão no tabuleiro. Neste caso, uma ilha paradisíaca do Mediterrâneo.
Técnicamente bem feito, os rumos que a história tomam são agoniantes. Decisões tomadas pelos personagens não fazem snetido e fogem à lógica humana. Efira, porém, tem uma vitrine onde brilhar, e se entrega de corpo e alma ao papel. Sua atuação merecia um filme melhor.
Avaliação: Regular (2 estrelas)