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Cannes: “Nina Wu”, de Midi Z

Filme taiwanês tenta mesclar realidade e halucinação na história de uma atriz assediada e traumatizada pela indústria do cinema.

atualizado

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Festival de Cannes/Divulgação
Nina Wu
1 de 1 Nina Wu - Foto: Festival de Cannes/Divulgação

Fazer um filme sobre uma aspirante a atriz traumatizada por assédio e estupro pode fugir do rótulo de ‘exploitation’ se a sua estrela, neste caso Wu Ke-xi, também foi a roteirista. “Nina Wu” chega na mostra Un Certain Regard com a percepção de ser um filme em resposta ao mundo de escândalos pós-Harvey Weinstein, mas o que é apresentado não é uma trama sensacionalista ou mesmo bem clara. Trata-se quase de uma visão experimental sobre o processo deste trauma.

Inspirada em relatos de atrizes ao movimento #metoo e de experiências próprias, o roteiro conta a história de uma atriz em busca de um papel num filme. O projeto lhe interessa, mas a obrigação de filmar cenas completamente nua a intimida. O processo a que ela se submete deixa cicatrizes, físicas e mentais, numa descida rumo à loucura.

A chancela da roteirista como atriz principal é algo que deve definir a recepção sobre “Nina Wu”. Cruel e masoquista, a visão de uma indústria cinematográfica que tem principal ferramenta o bullying e a objetificação de atrizes, seria quase inaceitável fazer a personagem passar pelas situações que enfrenta vindas de um roteirista masculino.

A sequencia central envolve uma linha de mulheres com vestidos sensuais e números colados em suas cinturas. Podem parecer candidatas à miss, mas o filme sugere que são meros pedaços de carne, aptos a serem consumidos, com um número para designá-los no cardápio. Todas estão lá como sonhadoras, querendo trabalhar como atrizes. A única maneira que elas tem de concorrer ao papel em questão é através da humiliação e da obediência cega que os produtores demandam.

O filme é iluminado e estetizado em uma maneira análoga àquela de Nicolas Winding Refn, diretor dinamarquês que estreia uma mini-série este ano no Festival. A conexão entre uma visão bem estilizada e a violência brutal, também é nítida.

A confusão entre o que é halucinação e o que é real é um ponto fraco do filme. Desconexo e por vezes confuso, Midi Z parece não achar que o filtro mais apavorante de todos, é aquele do tom de realidade.

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