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Cannes: “Moonage Daydream”, de Brett Morgen

Filme caleidoscópico sobre David Bowie fará o coração dos fãs e apresentará o astro para quem ainda não o conhece.

atualizado

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Festival de Cannes/Divulgação
Moonage-Daydream
1 de 1 Moonage-Daydream - Foto: Festival de Cannes/Divulgação

Não é por nada que o apelido de David Bowie era camaleão. Morto em 2016, o roqueiro britânico viveu muitas vidas em uma. Para um novo documentário, o primeiro feito em parceria com seus familiares e espólio, o próprio Bowie parece narrar os múltiplos episódios de sua própria vida. A voz é real, e as falas também–tudo foi incorporado de entrevistas realizada ao longo dos anos. A montagem, porém, cria uma viagem pelas ideias de como ele explica para si e para outros a diversidade de seus “personagens”.

Algumas passagens podem até ser descritas como psicodélicas, convidando assim o planejamento prévio pelo consumo de certos lisérgicos em uma trip cujo visual parece ocasionalmente ter sido inspirado por 2001: Uma Odisseia no Espaço, de Stanley Kubrick. Pois o que Morgen usa na mistura desta poção é um pouco de tudo: entrevistas, narração em off, imagens pessoais, performances em estúdio e nos palcos, assim como cenas de filmes e retratos de algumas das figuras inspiradoras ao próprio Bowie.

Bowie não pode ser definido, exceto por ele mesmo. Ele foi mais do que a soma de suas influências; maior do que a sua obra. Conseguiu tudo isso por que esteve sempre em busca de algo. Não de quem ele era, pois Bowie parece entender a si mesmo naturalmente, mas quem ele poderia ser. O sucesso contínuo, claro, transforma ele em objeto de reverência. É difícil ser rebelde quando se faz sucesso por tanto tempo, e o documentary não é tímido em dizer que, após transformar o mundo na década de 70, ele virou establishment, por assim dizer.

Em um notável deslize, Morgen revela que, no final das contas, ambicionava fazer um retrato completo do artista a partir de uma seção dedicada a seu relacionamento com a top model Iman, iniciado em 1990. Ao desfocar do Bowie-artista para o Bowie-marido, mostra um retrato incompleto dos seus relacionamentos e casamentos prévios, que incluíram filhos. O apagamento não é fortuito, e nem deve ser bem-visto. É a única tentativa de categorizar em vez de apresentar algo na vida de Bowie, encrustando uma narrativa fixa na mente do espectador.

O filme carrega o selo da HBO, garantindo assim distribuição mundial pelo streaming.

Avaliação: Bom (3 estrelas)

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