Cannes: “Les Amandiers”, de Valeria Bruni Tedeschi
Filme autobiográfico da diretora pode significar muito para ela, mas é de difícil engajamento para o público.
atualizado
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Volta e meia artistas são encorajados a retratar o que conhecem, resultando em trabalhos autobiográficos. Neste ano em Cannes já temos um excelente, de James Gray. “Les Amandiers”, de Valeria Bruni Tedeschi se passa na mesma época, a década de 80, e com o mesmo peso de uma transformação de jovens em adultos. O local, porém, é uma escola para atores, lugar libertário e cheio de possibilidades, o melhor ambiente possível para jovens que buscam descobrir a vida. Certo?
Amandiers é o nome de uma escola real, dirigida a partir de 1982 por Patrice Chéreau (Louis Garrel). O filme começa com uma sala inteira cheia de alunos passando por testes de seleção para integrar a próxima turma. Professores dificilmente impressionados estão os avaliando, sem a presença de seu diretor, que aparece apenas para o que é precioso. Tudo bem, pois o filme não é sobre eles, mas sim sobre os alunos, aqueles que sobrevivem o processo seletivo e embarcam na jornada.
O problema inerente à trama é que o ambiente teatral parece mais ser um tour por problemas banais e egocêntricos do que uma história interessante. Espectadores envolvidos no mundo da atuação certamente ficarão nostálgicos ao compartilharem suas próprias vivências com aquelas de Stella (Nadia Tereszkiewicz), Adèle (Clara Bretheau), Victor (Vassily Schneider) e Étienne (Sofiane Bennacer).
É um elenco belo e capaz, forçado a viver cenas de melancolia egocêntrica e dramalhão desnecessário. Todos os clichês esperados estão presentes: drogas, AIDS, traição e performance. Nem um pequeno cartaz da peça ‘Macunaíma’, constante na decoração da escola, foi capaz de compensar a falta de apelo para este crítico.
Avaliação: Ruim (1 estrela)