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Cannes: “La Maman et la Putain”, de Jean Eustache

Um clássico pouco visto da Nouvelle Vague volta à Croisette, restaurado.

atualizado

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Festival de Cannes/Divulgação
La maman et la putain
1 de 1 La maman et la putain - Foto: Festival de Cannes/Divulgação

Neste ano, dois movimentos históricos dos anos 60 movimentam a mostra Cannes Classics: o Cinema Novo brasileiro, na tela com Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha (cuja restauração foi produzida pelo Metrópoles) e a Nouvelle Vague, na forma de um clássico pouco visto, relativamente: La Maman et la Putain (A Mãe e a Puta), de Jean Eustache.

Enquanto Deus e o Diabo na Terra do Sol é um filme operático, La Maman et la Putain é um filme “presque” documental, com um estilo de longos planos sequencia, personagens urbanos e comuns e muita, mas muita conversa. Seu foco principal, como muito da Nouvelle Vague, é relacionamentos, e a premissa é impagável. Alexandre (Jean-Pierre Léaud), depende financeiramente de sua amante, Marie (Bernadette Lafont). Mesmo assim, ele ainda nutre sentimentos por sua ex-namorada, Gilberte (Isabelle Weingarten). Certo dia ele da em cima de Veronica (Françoise Lebrun), e subsequentemente a apresenta a Marie.

Além do um filme com seus próprios temas, Eustache cria uma obra quase sociológica, pela época em que foi filmada. A revolução cultural que se espalhou pelo mundo no final da década de 60 foi intensa e fora dos padrões na França. Que a exploração de novos arranjos românticos sejam debatidos e vividos neste filme nos dá quase que uma análise em tempo real das discussões que os jovens mantinham nessa época, ainda mais com seu estilo quase que documental.

Apenas Jean Pierre Léaud poderia executar um personagem tão misto entre o charmoso e o cafajeste. Seu rosto infantil, queimado nas retinas do mundo em Les 400 coups, formou tão importante retrato da inocência infantil, que somos capazes de perdoar seus personagens subsequentes por todo tipo de ato. Cara de pau é pouco para descrever um homem que vive como um parasita ao jogar com 3 mulheres competentes e com vidas profissionais.

O duelo de monólogos que ocorre durante o filme é liquidado por um específico, ocorrido no final do filme. Após todo o abuso mascarado sofrido nesses relacionamentos, Veronica discorre sobre sua situação como mulher na França contemporânea de si. Nada era fácil lá atrás e muito pouco se facilitou hoje em dia.

Avaliação: Ótimo (4 estrelas)

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