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Cannes: “Domingo y la Niebla”, de Ariel Escalante Meza

Algo ameaçador ronda as montanhas da Costa Rica, e não é só o progresso capitalista.

atualizado

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Festival de Cannes/Divulgação
Domingo y la Niebla
1 de 1 Domingo y la Niebla - Foto: Festival de Cannes/Divulgação

Domingo vive uma vida solitária nas montanhas da Costa Rica. Permanece no vilarejo após a morte de sua esposa e a partida de seus vizinhos, que trocaram seus lotes por um montante de dinheiro oferecido por uma empreiteira que busca construir uma estrada pelo lugar. Antigo, ele lida não só com a sensação de que aquele é seu lar e que ele não saberia morar em qualquer outro lugar, mas também com o pressentimento que o espírito da amada ocupa o ambiente.

O fato de uma colina isolada, regularmente ocupada pelo lento atravessar das nuvens, ser um local convidativo a uma presença sobrenatural abre inúmeras possibilidades para este enredo. Sem ele, é mais um filme sobre uma presença resoluta fixa e imóvel, tentando resistir os empresários e bandidos que tentam intimida-lo (os óbvios antagonismo que, de fato, se apresentam no filme). Está difícil trabalhar e ganhar dinheiro na região, e todos em volta de Domingo começam a aceitar a situação.

Escalante Meza prioriza o clima, tanto literal como figurativo da vila, acompanhando Domingo pelo longo de seus dias, aonde ele muito caminha e pouco acontece. Tudo acontece de maneira lenta e morosa. Domingo, portanto, existe como um personagem que agrega pouca simpatia–este velho senhor parece não ter pra que resistir, exceto sua teimosia.

Não é justo julgar um filme pelo que ele não teve interesse em fazer, mas é irresistível aqui, porque nada é feito, no final de contas, com o tema do espiritual, pois este continua ambíguo durante o filme todo. Não sabemos se o espírito da viúva está lá ou não, e qualquer interferência que esta poderia ter com o desenrolar da história é impotente.

Um dos primeiros filmes Costa-Riquenhos a participar do Festival de Cannes, esta fábula sobre o Homem contra o Tempo e o Progresso não apresenta nada de novo no mundo da cinematografia, e eis aí talvez o paradoxo entre a novidade de tê-lo aqui e ser apresentado com algo bem feito, mas que já vimos muitas vezes antes.

Avaliação: Regular (2 estrelas)

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