Canadense Bart Simpson assina filme “Brasília, Vida Depois do Design”
Documentário dirigido pelo cineasta Bart Simpson investiga arquitetura e cotidiano da capital por meio de personagens como o poeta Nicolas Behr. Filme ainda não tem data de estreia
atualizado
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Sem nenhum parentesco com o menino travesso do desenho “Os Simpsons”, o cineasta Bart Simpson, de 45 anos, escolheu Brasília como tema de seu primeiro longa-metragem como diretor. Intitulado “Brasília, Life After Design” (“Brasília, Vida Depois do Design”), o documentário procura investigar a capital por meio de personagens cotidianos e personalidades pensantes como o poeta Nicolas Behr. Atualmente, o filme está em pós-produção e deve estrear em breve na cidade e no país.
Simpson veio à cidade pela primeira vez com o documentário “A Corporação” (2003), do qual é produtor. O filme passou no extinto Festival Internacional de Cinema, o popular FicBrasília. Anos após a visita, a capital ficou na cabeça do cineasta.
Quatro meses em uma quitinete
As primeiras ideias vieram em 2010, mas se concretizaram de vez após uma entrevista com o arquiteto Oscar Niemeyer. “Eu era um estrangeiro e queria entender melhor a cidade conhecendo pessoas e trabalhando com gente que vive aqui”, ele conta.
Para tal, Simpson resolveu morar na cidade. Fixou-se pela primeira vez em 2013 e viveu quatro meses numa quitinete acima do Sebinho Café, na 406 Norte. Ele retornou em 2014 para mais dois meses de residência. “Não queria ser um visitante e ficar na cidade duas semanas. Queria ter o tempo necessário para conhecer pessoas – e muitas delas se tornaram amigos –, aprender, refletir e, então, interpretar”, explica.
Brasília pelo olhar cotidiano
Bart Simpson de fato buscou uma experiência autêntica do que é ser brasiliense. Nos meses em que esteve aqui, preferiu ser mais passageiro que motorista. Quando saía da quitinete da 406 Norte, procurava andar pelos blocos e se aproximar da vizinhança.
Obviamente, amou o bar Beirute, tanto o da Asa Sul quanto o da Norte. Mas ele elege o Bar da Val, na 407 Norte, como um dos locais mais despojados e receptivos. “Não sei quanto à tendência dela de tocar sertanejo em algumas noites agora. Admito que não sou muito fã das coisas novas. Mas ela sempre nos recebeu bem por lá”, brinca.
Por meio de personalidades da cultura local, como o poeta Nicolas Behr, e gente comum, de comerciantes a estudantes, Simpson buscou formar um perfil de Brasília a partir de vozes do Plano Piloto e de regiões administrativas do Distrito Federal.
De Brasília à Escócia
Simpson estendeu os braços da produção para a Escócia, onde o filme está em pós-produção, e para o Canadá. Lá, ele se associou à produtora Lucie Tremblay e à corroteirista Nancy Marcotte, que fala português fluente e viveu em São Paulo por cinco anos. Em Brasília, um de seus principais parceiros foi o cineasta Getsemane Silva, diretor do documentário “Plano B”, filme vencedor da Mostra Brasília do Festival de Brasília em 2013.
Simpson evita dar datas precisas de lançamento, mas pretende exibir “Vida Depois do Design” em festivais e no circuito comercial. Outro plano é distribuir o filme para redes de televisão no Canadá e na Europa. “Queremos mostrar em Brasília o mais breve possível, mas na hora certa. Estamos trabalhando nisso”, diz o canadense.