Calendário de super-heróis: guerra Marvel x DC vai até 2020 (e além)
Grande filão de Hollywood nos últimos dez anos, justiceiros e vingadores rendem bilheterias parrudas e concentram as expectativas dos fãs
atualizado
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Alguém duvida de que os super-heróis comandam Hollywood? Em 2016 e 2017, quatro das dez maiores bilheterias mundiais de cada ano pertencem a justiceiros, vingadores ou mutantes.
A atual temporada começou com “Logan” (março), despedida de Hugh Jackman de Wolverine, comportou a estreia da “Mulher-Maravilha” e a sequência “Guardiões da Galáxia Vol. 2” no mês de maio, apresentou um novo amigão da vizinhança em “Homem-Aranha: De Volta ao Lar” (julho) e encerrou mais um ciclo de adaptações de quadrinhos em novembro, com “Thor: Ragnarok” e “Liga da Justiça”.
Voltando no tempo, os super-heróis zanzam pelo cinema desde os anos 1920, quando estrearam as primeiras versões do Zorro. Estouraram no fim da década de 1970 com o Superman encarnado por Christopher Reeve e voltaram com tudo entre 1980 e 2000: “Batman” (1989), “X-Men” (2000) e “Homem-Aranha” (2002).Marvel x DC: a guerra pelo coração das plateias
Mas nada se compara ao atual período de gigantescas franquias compartilhadas. As mais populares, Universo Estendido DC (DCEU) e Universo Cinematográfico Marvel (MCU), funcionam quase como seriados cinematográficos: histórias solo seguidas de reunião de personagens em missões cujo objetivo principal é evitar ou adiar eventos apocalípticos.
Essa febre começou em 2008, quando “Homem de Ferro” deu o pontapé inicial do MCU por meio do carismático e verborrágico Robert Downey Jr. no papel-título. Vale lembrar que, via estúdios Fox, a Marvel já desenvolvia desde 2000 uma franquia específica dos X-Men. Em 2018, esse universo entra em outra fase com “Os Novos Mutantes” (12 de abril), “Deadpool 2” (31 de maio) e “X-Men: Dark Phoenix” (1º de novembro).
Administrado pela Disney, o MCU representa um fenômeno sem precedentes: 17 filmes entre 2008 e 2017, sete novos longas com lançamento definido até 2020. O próximo, “Pantera Negra”, estreia no Brasil em 14 de fevereiro de 2018.
São mais de US$ 3 bilhões gastos para um retorno de bilheteria de US$ 13,4 bilhões, colocando na conta os números ainda em evolução de “Ragnarok”. Supera Harry Potter, James Bond, “Velozes e Furiosos”, ‘O Senhor dos Anéis”/”O Hobbit”. Bate até “Star Wars”, sem considerar ajustes de inflação.
Na rival DC, a história tem sido um tanto mais dramática. O universo estendido começou com “O Homem de Aço” (2013) e não inclui no cânone a trilogia de Batman lançada entre 2005 e 2012 que, entre outras coisas, teve Heath Ledger vencendo Oscar póstumo pela assombrosa interpretação do Coringa.
A ideia de criar um universo do zero impôs um alto preço ao estúdio Warner, responsável pelos filmes da editora. Dos cinco filmes lançados até agora, só “Mulher-Maravilha” conseguiu equilibrar repercussão crítica e comercial.
A pressa em reunir os heróis antes de desenvolver personagens em aventuras solo se traduziu em uma série de tropeços. “Batman vs Superman” (2016), “Esquadrão Suicida” (2016) e o recente “Liga da Justiça” (2017) atraíram críticas pouco amistosas e registraram bom desempenho nas bilheterias. Mas nada perto da casa do bilhão, marca que o MCU já alcançou quatro vezes.
Ainda assim, os planos da DC continuam ambiciosos: cinco filmes já têm data de estreia até 2020, sendo que o próximo, “Aquaman”, só chega em 20 de dezembro de 2018. A editora ainda lista pelo menos 14 produções em diferentes estágios de desenvolvimento, com destaque para “Batgirl”, “The Batman” e “Justice League Dark”, a versão sombria da liga.