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Cachorro de Anatomia de uma Queda treinou 2 meses para fingir morte

O cachorro Messi, que interpretou Snoop em Anatomia de uma Queda, passou por intenso treinamento para se fingir de morto no filme

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Você já se perguntou como deve ser para fazer um animal se fingir de morto em uma produção audiovisual? As respostas “adestramento” e “treinamento” podem vir rápido à cabeça, mas exigem muito mais esforço na vida real. O cachorro Messi, que viveu Snoop em Anatomia de uma Queda é que o diga. 

O bichinho, que venceu a Palma Canina em Cannes — prêmio oferecido aos melhores cachorros atores — precisou treinar por dois meses para estar apto a fingir a própria morte no filme que estreou nos cinemas no último 25 de janeiro, de acordo com informações divulgadas pela Variety. 

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Embora soubesse se fingir de morto, ele precisava seguir na posição sem reagir quando pessoas chegavam perto dele e gritavam ao encontrá-lo. Foi para se manter quieto por um tempo razoável de filmagens que ele treinou todos os dias pelos dois meses antes do início das filmagens. 

No longa, o animal come um remédio para humanos e acaba se envenenando. Ele então começa a espumar pela boca e se deita, como se estivesse morrendo.

Mas esse não foi o único treinamento dele. Messi vive o cão-guia de Daniel (Milo Machado Graner), filho da protagonista Sandra (Sandra Hüller), e precisou aprender a se comportar como tal para dar veracidade às cenas. Para isso, além de um treinamento, ele também passou tempo com Milo para criar laços de cumplicidade com o garoto. 

Anatomia de uma Queda: filme francês vai ao Oscar após briga política

Anatomia de uma Queda, de Justine Triet, recebeu cinco indicações para o Oscar 2024, entre elas a de Melhor Filme. Porém, o longa francês não está na disputa como Melhor Filme Internacional. E, no pano de fundo dessa contradição, está uma disputa ideológica entre a diretora e o governo da França.

Os filmes que disputam na categoria de Melhor Filme Internacional são recomendados pelo país e, na edição 2024, a escolha da França foi La Passion de Dodin Bouffant. O longa, do diretor Tàn Anh Hùng, foi escolhido em setembro e surpreendeu ao público, que esperava Anatomia de uma Queda.

O longa de Justine Triet era o favorito por ter ganho a Palma de Ouro em Cannes. Porém, para alguns analistas, foi justamente a vitória que prejudicou o longa.

Quando Anatomia de uma Queda faturou o prêmio em Cannes, a diretora Justine Triet fez um duro discurso contra o governo de Emmanuel Macron. Na ocaisão, a cineasta apoiou a luta dos trabalhandores franceses contra a reforma da previdência e criticou o projeto “de mercantilização da cultura”.

O discurso de Triet foi, à época, duramente criticado pela ministra da Cultura francesa, Rima Abdul Malak, que se disse supresa pelo discurso e pela “injustiça”.

“Esse filme não existiria se nosso modelo francês de financiamento do cinema, que permitiu uma diversidade única no mundo. Não nos esqueçamos disso”, afirmou a ministra.

Após esse debate público, o Centro National do Cinema e da Imagem Animada (CNC), órgão francês responsável pela indicação ao Oscar, anunciou La Passion de Dodin Bouffant como representante do país.

Disputa política em Anatomia de uma Queda

Analistas, políticos de esquerda e entusiastas de Anatomia de uma Queda apontaram uma represália ao discurso de Justine Triet. Isso porque a comissão de escolha do CNC é formada por sete profissionais indicados pelo Ministério da Cultura francês.

David Thion, produtor de Anatomia de uma Queda, foi bastante duro em relação à não-indicação. “Fazendo uma metáfora futibolística, eu questiono: se a França quer ganhar a Copa do Mundo, ela deixaria Mbappé no banco de reservas?, questionou a emissora TF1.

Em nota, o CNC negou qualquer tipo de interferência política na escolha: “A comissão que designa o candidato da França ao Oscar faz sua escolha com total independência. A comissão é composta por nomes escolhidos pela ministra da Cultura, mas ela não interveio em nenhum momento no processo de escolha dos filmes”.

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