metropoles.com

Cacá Diegues: Oscar não pode ser o juiz supremo de nossos filmes

Em entrevista, experiente diretor fala sobre como conduzirá a campanha de O Grande Circo Místico para tentar indicação à estatueta

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Stephane Cardinale – Corbis/Corbis via Getty Images
“The Great Mystical Circus (O Grande Circo Mistico)” Photocall – The 71st Annual Cannes Film Festival
1 de 1 “The Great Mystical Circus (O Grande Circo Mistico)” Photocall – The 71st Annual Cannes Film Festival - Foto: Stephane Cardinale – Corbis/Corbis via Getty Images

O Grande Circo Místico é o sétimo filme de Cacá Diegues a tentar a indicação para o Oscar desde Xica da Silva, em 1977. Tentaram, depois, Bye-Bye Brasil, Um Trem Para as Estrelas, Dias Melhores Virão, Tieta do Agreste e Orfeu.

Como você recebeu a pré-indicação pelo Brasil?

O Grande Circo Místico foi selecionado por uma comissão da Academia Brasileira de Cinema, nomeada pelo MinC. Essa escolha me honra e me faz feliz, pois tenho certeza de que vivemos um momento excepcional no cinema brasileiro, talvez o período mais rico quantitativa e qualitativamente de nosso cinema, com a diversidade que nunca tivemos antes, diversidade regional, geracional, política, estética, cinematográfica, etc, com uma nova geração de cineastas fazendo filmes excelentes.

Qual vai ser a estratégia para seduzir a Academia?

No fim de novembro, vou a Los Angeles para mostrar o filme e conversar com a imprensa e os eleitores do Oscar. Não temos recursos para grandes campanhas, como outros filmes de outros países, que, além de festas e coquetéis, promovem eventos extraordinários para lançá-los na competição. Vamos apenas confiando na qualidade do filme.

Sua expectativa é alta?

É justa. Não podemos transformar o Oscar no juiz supremo de nossos filmes. Se ganharmos alguma coisa, tanto melhor para a promoção do cinema brasileiro. Ele será falado durante pelo menos mais um ano, até o próximo Oscar. Mas não é o Oscar e seus eleitores que decidem se um filme brasileiro é bom ou ruim, não iremos a Los Angeles para isso. O juiz supremo de nossos filmes somos nós mesmos, os espectadores brasileiros.

Você trabalha, no Circo Místico, com um elenco que, além de extenso, é internacional. Como foi reunir essa turma e dirigi-la?

Já dirigi Jeanne Moreau, que talvez tenha sido o maior ícone do cinema autoral, e ela foi excepcional em Joanna Francesa. Ficamos amigos. Queria ter aqui Isabelle Huppert, mas o filme atrasou e ela não teve data. Terminei escolhendo a Catherine Mouchet, de um filme mítico, Thérèse. Todo o mundo se empenhou muito. A Mariana Ximenes passou meses treinando o trapézio para dispensar dublê. O mais importante é que todo o elenco deu o tipo de interpretação não naturalista que eu sempre quero. O cinema não é a realidade. É uma janela, uma representação dela. Podem falar o que quiserem do meu filme, menos do elenco.

Todos os direitos reservados

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comEntretenimento

Você quer ficar por dentro das notícias de entretenimento mais importantes e receber notificações em tempo real?