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Bruno Gagliasso sobre Honestino Guimarães: “Lado certo da história”

As filmagens da cinebiografia do líder estudantil Honestino Guimarães, com Bruno Gagliasso, começaram na última terça (19/8) em Brasília

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As filmagens de Honestino, cinebiografia que promete lançar luz sobre a vida e o legado do líder estudantil Honestino Guimarães, começaram na última terça-feira (19/8) em Brasília. Dirigido por Aurélio Michiles e produzido por Nilson Rodrigues, o filme promete resgatar a memória de uma das figuras mais emblemáticas da resistência contra a ditadura militar no Brasil.

O papel principal cabe a Bruno Gagliasso, que não apenas relembra os feitos do líder da UNE (União Nacional dos Estudantes), mas também destaca a importância de revisitar um passado que ainda reverbera na sociedade brasileira.

Em entrevista ao Metrópoles, que acompanhou parte das gravações do longa no set montado na Universidade de Brasília (UnB), Bruno Gagliasso falou sobre a oportunidade de interpretar Honestino Guimarães e afirmou que o filme vai além de um novo papel em sua carreira; é uma chance de estar do “lado certo da história”. O ator, que já havia retratado o “outro lado” da ditadura no filme Marighella (2019) como Lúcio, um delegado racista e torturador, expressa a carga emocional envolvida nesse novo projeto.

“O que me fez aceitar, sem sombra de dúvida, foi a possibilidade de contar a verdadeira história do nosso país, que tentaram apagar e que tentam até hoje. Honestino é uma das vítimas de uma época, e eu tive a oportunidade de interpretar, em outro filme, que também retratou a história, e estar do outro lado, do lado da escória, e agora eu estou do lado certo da história. Tenho um orgulho muito grande de estar fazendo esse filme, esse personagem, e sendo dirigido por um cara que eu respeito muito”, afirma Bruno.

A narrativa do filme se desenrola nos mesmos lugares onde Honestino viveu e lutou e terá depoimentos exclusivos, além de acesso a escritos do líder estudantil que nunca foram mostrados ao público. Para Michiles, diretor, ex-aluno da Universidade de Brasília (UnB) e amigo de Honestino Guimarães, a escolha da capital como cenário foi imprescindível.

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As filmagens foram feitas na Universidade de Brasília (UnB)
Bruno e Aurélio
Nilson Rodrigues, Aurélio Michiles e Bruno Gagliasso
Bruno Gagliasso
Aurélio Michiles
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Bruno Gagliasso como Honestino Guimarães

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As filmagens foram feitas na Universidade de Brasília (UnB)

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Bruno e Aurélio

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Nilson Rodrigues, Aurélio Michiles e Bruno Gagliasso

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Bruno Gagliasso

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Aurélio Michiles

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“Tinha que ser aqui em Brasília. Ele esteve aqui. Uma história sobre Honestino tem que ser gravada em Brasília. É uma forte emoção. Nós estamos aqui onde ele estudou, onde ele andou, onde ele se escondeu várias vezes. Eu sou ex-aluno da universidade, então eu sou cúmplice dessa história”, comenta Michiles.

Ecos da ditadura militar

Michiles, que também viveu sua juventude sob a ditadura militar, vê no filme uma oportunidade única de trazer à tona fatos que muitos preferem esquecer. “A história é oposição. Nunca é situação. Ela sempre vai questionar, é uma teologia que busca o sedimento da nossa vida, da nossa existência. E ela sempre vem revelar o que tentam esconder e o que tentam sonegar. Todos esses jovens [desaparecidos da ditadura] se dedicaram à luta da democracia. Eles foram presos, torturados, mortos e continuam desaparecidos”, analisa o diretor.

Bruno ainda ressalta a importância de, certa forma, apresentar a mensagem de Honestino para as novas gerações. “A nova juventude precisa ouvir, entender e conhecer. Esse é o nosso papel. Esse é o meu papel e é por isso que eu aceitei fazer esse filme. Quero muito que quem me segue, quem assiste aos meus filmes, participe disso. É sobre isso que quero falar. Não faz sentido se não for para mudar a vida das pessoas, se não for para mudar minha vida. Arte é isso”, salienta Gagliasso, reforçando o impacto que espera causar com sua atuação no filme.

Para Nilson Rodrigues, produtor do filme, o filme é uma obra necessária, um esforço para preencher as lacunas de um passado sombrio que ainda não foi completamente elucidado.

“Honestino era um grande líder, muito carismático, foi para a clandestinidade após ser preso algumas vezes, presidente da UNE, foi torturado, assassinado, e o corpo está desaparecido até hoje. A família sequer sabe onde foi parar o corpo. Então é algo muito grave. E nós precisamos dar conta dessa memória. Nós que produzimos cinema, temos que ter um olhar rigoroso para isso. Precisamos resgatar nossa memória e precisamos refletir sobre o processo histórico do país”, conclui.

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