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Brasiliense Bárbara Soares chega como roteirista a Hollywood

Bárbara Soares falou sobre os principais desafios enfrentados por quem sonha com um espaço na meca da indústria cinematográfica mundial

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Barbara Soares sentada em muro da UCLA
1 de 1 Barbara Soares sentada em muro da UCLA - Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação

Conseguir um lugar à sombra na Meca da indústria cinematográfica mundial não é tarefa fácil. Trabalhar em Hollywood significa o topo da carreira para profissionais do audiovisual. Aos 30 anos, a brasiliense Bárbara Soares conhece bem as dores e delícias de buscar esse sonho.

Primeira mulher brasileira a concluir um mestrado em roteiro na Universidade da Califórnia (UCLA), em Los Angeles — considerado um dos melhores cursos do segmento nos Estados Unidos—, Bárbara já venceu concursos e chamou a atenção de empresários e agentes norte-americanos. Mas o caminho até ver suas ideias produzidas por grandes estúdios ainda é longo.

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Bárbara Soares no set de filmagens
Cartaz do filme Havana, um dos curtas roteirizados por Bárbara Soares
Bárbara Soares venceu o concurso de roteiros da Universidade da Califórnia (UCLA)
Universidade da Califórnia, em Los Angeles (EUA), onde a brasiliense Bárbara Soares fez mestrado
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Bárbara Soares estudou cinema na Florida State University (FSU), por onde passou nomes como Barry Jenkins, diretor do filme Moonlight

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Bárbara Soares no set de filmagens

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Cartaz do filme Havana, um dos curtas roteirizados por Bárbara Soares

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Bárbara Soares venceu o concurso de roteiros da Universidade da Califórnia (UCLA)

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Universidade da Califórnia, em Los Angeles (EUA), onde a brasiliense Bárbara Soares fez mestrado

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Amante da leitura e escrita desde a infância, Bárbara escreveu o primeiro livro aos 9 anos. “Nem chamo tanto de livro, pois só tinha 30 páginas e não fazia nenhum sentido”, brinca. A história de crianças que desvendavam um assassinato, já demonstrava a mente criativa da jovem. Na adolescência, descobriu com o irmão mais velho o gosto pelo cinema. “Eu era muito nova, e ele me apresentou os filmes que gostava, como O Iluminado e Laranja Mecânica, 2001, do Stanley Kubrick , e também muitos de terror”, lembra.

Bárbara morou em Brasília até os 13 anos, quando se mudou com a família para a Inglaterra, onde terminou o segundo grau escolar. Aos 18, resolveu unir as duas paixões e decidiu que seria roteirista. Foi sozinha aos Estados Unidos, para estudar cinema na Florida State University (FSU), por onde passou nomes como Barry Jenkins, diretor do filme Moonlight.

“Não conhecia ninguém… sou a primeira da minha família a tentar este rumo. Era bem fora da minha realidade e nunca tive contato com a indústria até entrar na faculdade”, ressalta a brasileira.

Desafios

Em 2015, depois de formada e de trabalhar no Brasil por um tempo, na área da produção e em diversas funções dentro dos sets de filmagens, Bárbara conseguiu roteirizar e dirigir quatro curtas-metragens. “Mas o que eu queria mesmo era me profissionalizar em roteiros de longa e principalmente de TV”, conta.

O mestrado na UCLA foi o primeiro passo da, ainda longa, estrada até o sonho. “Eu me formei do mestrado há menos de um ano, então ainda estou no início da minha carreira. Estou na fase em que já ultrapassei o primeiro obstáculo, que é conseguir um empresário ou agente, e no momento tenho ambos” explica. 

Bárbara Soares com cartaz de Username
Bárbara Soares com cartaz de Username

De acordo com a brasiliense, em Hollywood é muito raro um roteirista conseguir qualquer coisa sem um empresário e um agente, e cada um deles recebe 10% dos rendimentos. Enquanto o empresário atua como um tipo de mentor, que ajuda a moldar a carreira dos escritores, o agente é quem consegue os trabalhos e também negocia os contratos.

“É nessa fase da carreira em que me encontro. Indo à diversas reuniões, onde eu me apresento, explico que gêneros e temas eu lido em meus roteiros. Também encontro com showrunners no intuito de conseguir um trabalho como
roteirista na série de TV deles. Em outras palavras, muito trabalho feito de graça ou por pouco dinheiro e, claro, muito tempo passado com a bunda na cadeira escrevendo os roteiros que estou tentando vender”, revela Bárbara.

Novos tempos

A grande maioria dos cargos de roteirista ainda são ocupados, de acordo com Bárbara, por pessoas que seguem o padrão homem, americano, branco, hétero e cis. Contudo, o mercado cinematográfico tem aberto cada vez mais espaço para os jovens que fogem desse esteriótipo.

“Eu diria que ser brasileira não vai necessariamente abrir uma porta pra você, mas definitivamente não vai fechar. O momento atual está favorecendo a entrada no mercado de roteiristas fora do padrão. Qualquer coisa fora disso é bem-vinda, quanto mais diferente melhor”, considera.

A roteirista explica que há várias iniciativas voltadas especificamente para ajudar pessoas que fazem parte de minorias a se inserir na indústria.

“No meu caso, as pessoas adoram saber da minha experiência de vida e adoram saber que sou do Brasil. Eu geralmente coloco personagens brasileiros nos meus roteiros e alguns deles se passam no Brasil, então eles sempre sabem de onde eu sou quando leem. O importante é se destacar da forma que seja, porque tem inúmeras pessoas tentando a mesma coisa que você e você tem que se diferenciar”, conclui.

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