metropoles.com

“Beasts of No Nation” anda na corda bamba

Filme de Cary Joji Fukunaga (“True Detective”) permite interpretações ambíguas ao narrar uma guerra em território africano

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Netflix/Divulgação
1 de 1 Netflix/Divulgação - Foto: null

“Beasts of No Nation”, o novo filme de Cary Joji Fukunaga (“True Detective” e “Sin nombre”), é uma produção que anda na corda bamba. O longa narra a história de Agu (o ótimo estreante Abraham Attah), um garoto feliz apesar de todo caos que o rodeia. Mas, um dia, a família dele, sólida e carinhosa, é desfeita por causa da guerra – que se passa num país africano não-identificado.

Sozinho, Agu se junta a um grupo formado por vários meninos-soldados guiados pelo Comandante (personagem de Idris Elba). Daí em diante, o garoto de riso ingênuo se transforma e passa a responder com a mesma crueldade da realidade em que vive.

A corda bamba está aí. Os mais críticos vão perceber uma narrativa que tem um início bem conhecido, que consegue mostrar os confrontos bélicos africanos num vocabulário menos árido, assim como nas obras literárias de Chimamanda Ngozi Adichie e Ondjaki. Esse mesmo grupo fará uma leitura de um filme espinhoso, retrato dos países africanos, que tem como heranças do pós-colonialismo a pobreza e a violência.

Outras pessoas vão ver “Beasts of No Nation” como mais um longa-metragem que estereotipa a África Negra, assolada nos problemas já citados e representada por perigosos clichês – a exemplo da cena em que Agu é iniciado como soldado e benzido com ervas num ritual supostamente religioso.

Fotografia impecável
Superada a crise de interpretação, o filme, caso chegue ao Oscar, terá o mérito de ter alcançado a premiação mais importante do cinema mundial – mesmo com os boicotes de grandes redes de cinema. Ele será a prova de que estamos num momento propício para criar novos modelos de séries e filmes (“Beasts” é uma produção original da Netflix), e um caminho alternativo diante de um formato defasado de audiovisual e sufocado pela pirataria.

Porém, há duas questões que merecem atenção: uma é a duração do filme (2h17), extenso demais para um serviço de streaming; e a trilha sonora, quase inexistente. Para compensar, “Beasts of No Nation” apresenta uma fotografia impecável, assinada pelo próprio Fukunaga.

Avaliação: Bom

Assista ao trailer do filme:

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comEntretenimento

Você quer ficar por dentro das notícias de entretenimento mais importantes e receber notificações em tempo real?