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Barba Ensopada de Sangue chega às telas do Festival de Gramado

O filme Barba Ensopada de Sangue é uma adaptação do blockbuster literário de Daniel Galera

atualizado

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Barba Ensopada de Sangue
1 de 1 Barba Ensopada de Sangue - Foto: Divulgação

Gramado (RS) – Cinema e literatura andam juntos desde que a sétima arte começou a procurar por narrativas. Quando se trata de um livro blockbuster então, como foi Barba Ensopada de Sangue, de Daniel Galera, a adaptação é sempre bem aguardada. É uma trama complexa e multi-facetada, misturando galhos tão díspares quanto baleias, assassinatos em série, tesouros e budismo. Com mais de 400 páginas, já era óbvio que o diretor e roteirista Aly Muritiba teria de ceifar bastante para conseguir contar a história em um longa-metragem.

A resposta vem das baleias. O filme inicia no mar, com o protagonista Gabriel (Gabriel Leone) nadando e mergulhando ao encontro de uma jubarte. Os dois se encaram, sem saber como reagir, e se contemplam. Só que aí toca o despertador de Gabriel e o mundo real o chama. É um mundo frio, azulado e hostil a ele. Quando chega ao litoral do sul do Brasil, em uma pequena vila do litoral, é para tomar passe da casa do avô, morto há décadas de maneira misteriosa. Lá, ele encontra não só a casa, mas uma cidade inteira em decadência, visto que fora fundada com base na indústria de caça às baleias, prática tornada ilegal na década de 1970.

“Vocês sabem como se caça baleias?”, pergunta a guia turística Jasmin (Thainá Duarte) durante um passeio. Antigamente, os baleeiros harpavam as baleias infantes, que sobem mais à superfície para respirar, e, prendendo-as, esperam a mãe chegar, pois são maiores e mais valiosas. Apesar de seu avô já estar morto há décadas, é neste paralelo que Gabriel viverá seu dias na vila. Sem compreender o porquê, é hostilizado e ameaçado abertamente nas ruas. A solução do que aconteceu com seu avô, Gaudério, se torna então uma busca pessoal e intransferível.

Usar o mar revolto como metáfora de conflito interno é lugar-comum. Mas, aqui, o uso conjunto do mar e do vento, da fotografia azul e das camadas de roupas dos personagens trabalha para  externar a hostilidade desta história para seu personagem principal. Também condena ao máximo quem o cerca, e aí traz um aspecto interessante: um lugar esquecido no tempo, esquecido pela economia moderna, mas que busca culpar elementos externos para culpar seu infortúnio. Como lidar com o declínio em um lugar que já foi uma comunidade vibrante, que criou e ainda mantém laços entre todos os seus membros? Por que motivo não ir embora, simplesmente? Gabriel tem um mistério a resolver e a única pessoa que lhe mostra afeto é Jasmin, talvez porque seja ela a única a nutrir a ideia de partir.

Se Gabriel também sucumbe a esse redemoinho ou se ele consegue emergir de um passado familiar, fica para o espectador enxergar.

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