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Autor de “Potemkin” delira na América Latina em “Que Viva Eisenstein!”

Novo filme do diretor britânico Peter Greenaway lança um olhar ousado sobre a passagem do diretor russo pelo México

atualizado

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Após o sucesso mundial de “O Encouraçado Potemkin” (1925), o russo Sergei Eisenstein passou a ser assediado por Hollywood, mas o flerte com Los Angeles foi conturbado e marcado por decepções. O que o levaria a filmar nos anos 30, no México, uma produção independente com não atores apoiada por Charles Chaplin e Robert Flaherty (um dos pais do documentário). Esse é o tema do filme “Que Viva Eisenstein!”, novo projeto do britânico Peter Greenaway.

Cheio de maneirismos visuais, com a tela quase o tempo toda dividida em blocos e ritmo narrativo frenético, numa alusão ao cinema do diretor russo – que criou método de edição que potencializava a dramaticidade das tramas no que chamou de montagem individual -, o filme polemiza. Sobretudo por mostrar o cineasta bem à vontade nos dez dias que passou no país latino, revelando não apenas o seu lado homossexual, mas também a rebeldia política.

Na vanguarda da cultura de seu país no início do século passado e envolvido até o osso com a Revolução Russa de 1917, em sua fase mexicana Eisenstein começa a questionar os ditames do comunismo, focando o olhar artístico numa abordagem menos política e mais humanista daquilo que o cercava. Daí o certo espanto e fascínio que ele teve pela rica cultura local e a irreverente obsessão do povo pela morte. Também pelo assistente local Palomino Cañedo.

“Eu sou um boxeador que luta pela liberdade de expressão cinematográfica”, desabafa em dado momento, criticando o Estado russo, para depois ironizar. “Os mexicanos não têm um Czar, mas têm água quente”, debocha, citando outro déspota de sua nação.

Atuação afetada contribui para desconstrução do mito
O roteiro irônico, norteado por colagens de informações que dão conta dos encontros artísticos e profissionais que Eisenstein teve na Europa e América – sempre amparados por comentários mordazes -, além de passagens da turbulenta vida pessoal do cineasta, é um prato cheio para a atuação afetada e divertida do ator finlandês Elmer Bäck. Às vezes exagerada, ela ajuda a descontruir uma imagem bem diferente da que conhecemos do diretor.

Apaixonado pelas artes plásticas e constantemente depurando ideias e conceitos nas telas à sombra do poder pictórico, o cineasta Peter Greenaway lança aqui uma luz chiaroscuro num período pouco conhecido da trajetória do cineasta russo. Suas pinceladas audiovisuais incita mais mistérios do que esclarecimentos. E ele parece se deleitar com isso. O público também.

Avaliação: Bom

Veja horários e salas de “Que Viva Eisenstein! – 10 Dias que Abalaram o México”.

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