Anthony Hopkins caça serial killer em “Presságios de um Crime”
Filme dirigido pelo brasileiro Afonso Poyart (“2 Coelhos”) narra investigação em torno de um sinistro e sagaz psicopata (Colin Farrell)
atualizado
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A premissa de “Presságios de um Crime”, estreia do brasileiro Afonso Poyart (“2 Coelhos”) em Hollywood, é digna de um thriller dos anos 1990. O sempre sinistro e elegante Anthony Hopkins vive John Clancy, um médium que se isolou do mundo após a morte da filha leucêmica.
É convencido a voltar a trabalhar para o FBI num caso sobre o serial killer Charles Ambrose (Colin Farrell), um assassino igualmente sobrenatural, capaz de prever acontecimentos e deturpar o destino de suas futuras vítimas.
A clara inspiração no cinema de David Fincher, de “Seven – Os Sete Crimes Capitais” (1995), só se justifica mesmo pela atmosfera de investigação policial. Com um par de agentes vividos por atores pouco inspiradores (Jeffrey Dean Morgan e Abbie Cornish), Poyart lança mão de truques publicitários, vinhetas de alucinação e manhas de montagem para elevar o fraco roteiro de Sean Bailey e Ted Griffin.
A onisciência de Clancy e Ambrose permite até que um curioso embate de forças psíquicas tome conta do filme nos minutos finais, quando de fato o personagem de Colin Farrell aparece em cena. Se Poyart não fosse tão apegado a certos tiques visuais, como o constante zoom para criar uma (falsa) sensação de intensidade psicológica, o longa até poderia funcionar como um interessante suspense policial de fundo mediúnico.
Ainda há um filme sobre luto e sofrimento por trás das marcações de suspense de Poyart, já que Clancy custa a aceitar que não pôde evitar a morte da filha. “Solace”, título original, significa “conforto no sofrimento”. O final um tanto careta e conveniente torna “Presságios de um Crime” uma experiência ainda mais frustrante.
Avaliação: Regular
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