Antes do anúncio dos vencedores, faça uma retrospectiva do Festival de Brasília deste ano
Foram sete noites de vaias, aplausos, protestos e, sobretudo, muita festa. O evento cinematográfico mais antigo do Brasil comemorou 50 anos em grande estilo
atualizado
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Em sua 48ª edição, que comemorou também meio século de história do evento, o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro fez um afago no grande público. A mostra competitiva, que nos últimos anos vinha privilegiando produções mais experimentais e documentários, trouxe uma seleção de filmes capazes de agradar plateias mais amplas.
A edição também se destacou pelo cuidado da organização em detalhes como a ambientação da sala do Cine Brasília, com suntuosas projeções de luz criadas por Marcelo Santana, e a praça de alimentação. Ampliada, ela ganhou os gramados da quadra, ficando mais arejada. A entrega da organização do espaço aos produtores da feira gastronômica Quitutes também ajudou a dar novos ares àquele espaço.
Antes, porém, de continuar nesta retrospectiva da edição, feita por meio das matérias publicadas pelo Metrópoles durante o evento, teste seus conhecimentos sobre a história do festival.
Terça (15/9): A noite de abertura teve clima de reunião familiar. O governador Rodrigo Rollemberg marcou presença, e foi saudado com aplausos e vaias. O clima ficou mais emotivo com a homenagem ao cineasta Vladimir Carvalho, que dividiu as atenções da noite com o irmão, Walter Carvalho, diretor de “Um Filme de Cinema”, exibido hors-concours.
Quarta (16/9): No entanto, como sempre acontece, o festival começou para valer na primeira noite de competição. A poesia e o realismo fantástico do longa “A Família Dionti” emocionaram a plateia no Cine Brasília. Contudo, apesar dos aplausos, a produção não chegou a se apresentar como potencial vencedor.
Quinta (17/9): No segundo dia de festival, fez-se um burburinho em frente ao Cine Brasília que nada tinha a ver com o glamour do cinema. Era um protesto do Movimento Passe Livre. Nada que perturbasse o andamento do evento. Do universo mágico de um interior mineiro para o caos das grandes metrópoles, “Fome” foi o segundo concorrente. A mostra competitiva ganhou fôlego.
Sexta (18/9): Na noite de sexta, o público lotou o Cine Brasília e saiu satisfeito com a mistura de drama e suspense do longa concorrente, “Para Minha Amada Morta”. O resultado porém, é tão envolvente quanto implausível.
Sábado (19/9): Muito esperado, “Big Jato” pegou uma plateia dividida entre a excitação de ver o novo filme do pernambucano Claudio Assis e a contrariedade diante de recentes atitudes do cineasta. Vaiado durante a apresentação do filme, Assis saiu ovacionado por um filme em que aparece muito comportado, se comparado ao seu estilo habitual. Teve quem apostasse no “já ganhou”.
Domingo (20/9): Depois da vaia do dia anterior, esperava-se que o debate em torno de “Big Jato” fosse cercado por discussões polêmicas. Mas não. Quem foi ao Kubitscheck Plaza acompanhar o bate-papo viu apenas uma chuva de confetes sobre o o diretor Cláudio Assis. À noite, foi a vez do maestro Claudio Santoro ganhar fartos elogios, mas na tela, no único documentário da mostra competitiva. Um filme instrutivo sobre a figura do maestro, mas convencional.
Segunda (21/9): Encerrado a competição, Roberto Gervitz trouxe “À Prova de Coragem”, o primeiro do cineasta desde “Jogo Subterrâneo”, de 2005. O diretor e a atriz, Mariana Ximenes, subiram ao palco rasgando elogios à plateia. Mas o longa exibido em seguida mostrou-se insosso, assim como os curtas da noite.
A despeito de vaias, aplausos, protestos e afirmativas de já ganhou, o júri é quem dirá quem merece subir ao palco do Cine Brasília hoje para receber os Candangos.