Alice e Peter: Onde Nascem os Sonhos é releitura confusa de clássicos
Longa-metragem, que conta com os veteranos Angelina Jolie e David Oyelowo no elenco, estreia nesta quinta-feira (3/6)
atualizado
Compartilhar notícia
O filme Alice e Peter: Onde Nascem os Sonhos (Come Away), primeiro live-action da diretora Brenda Chapman — conhecida por animações de sucesso como O Rei Leão (1994) e Valente (2012)—, chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (3/6). A produção, uma releitura realista dos clássicos Alice No País das Maravilhas e Peter Pan, promete contar o que aconteceu antes das famosas aventuras, mas entrega trama confusa, cheia de lacunas e com excesso de melodrama.
No longa, Peter (Jordan A. Nash) e Alice (Keira Chansa) são irmãos que passam as tardes em meio a brincadeiras com espadas, chás da tarde e navios piratas. A harmonia acaba quando uma tragédia muda a vida de seus pais, Jack (David Oyelowo) e Rose (Angelina Jolie), e, consequentemente, de toda a família.
As crianças protagonistas são de longe a melhor coisa do filme. Enquanto o mundo que conhecem desaba sobre suas cabeças, Alice e Peter usam a criatividade e imaginação para amenizar as dores da vida. Os momentos lúdicos do longa, contudo, não engatam no roteiro lento, repetitivo e melancólico assinado por Marissa Kate Goodhill. Com a dureza da realidade, imposta por temas como morte, dívidas, vícios e violência física, as fantasias dos contos de fadas originais se perdem.
O cenário bucólico é um dos acertos de Brenda Chapman. O quintal rodeado por uma floresta é palco dos sonhos que levam Alice e Peter ao País das Maravilhas e à Terra do Nunca imaginários. Os detalhes das referências, criando conexões com as obras de Lewis Carroll e J. M. Barrie enquanto as desventuras dos irmãos são narradas, completam o charme estético.
Elenco de peso
A participação de estrelas de Hollywood como Angelina Jolie, David Oyelowo, Anna Chancellor e Michael Caine somam experiência e fortalecem o filme. Apesar do pouco espaço para o desenvolvimento dos personagens.
Representatividade
Ao estrelar duas crianças negras, assim como apostar em um casal interracial, Alice e Peter: Onde Nascem os Sonhos cumpre o papel (básico) do cinema, de agente em prol da representatividade e diversidade nas telonas. O que, na verdade, não seria motivo de elogio se a prática fosse frequente e naturalizada na indústria cinematográfica. Por ainda ser exceção, aplaudimos.
Avaliação: Regular