Acordes que valem o filme. Ouça as trilhas sonoras indicadas ao Oscar 2016
John Williams (na foto acima) conduz a música de “Star Wars – O Despertar da Força”, um dos listados na categoria
atualizado
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Mesmo quem não é muito ligado em cinema sabe da importância da música para um filme. Ela tem o poder de fornecer o tom perfeito para uma cena, provocando todo tipo de emoção – do choro comovido ao medo de gelar a espinha.
As trilhas sonoras indicadas ao Oscar 2016 guardam várias características em comum: são ao mesmo tempo solenes e sedutoras, com inclinações que vão da música clássica a timbres contemporâneos.
O destaque mais popular é John Williams, de 83 anos, veterano parceiro de Steven Spielberg – compôs 26 vezes para o cineasta – e um dos recordistas em número de indicações na carreira: 49, incluindo menções para canção original. Ele conquistou a estatueta em cinco oportunidades.
Favorito disparado, o igualmente icônico Ennio Morricone (“Os Oito Odiados”) pode ganhar o Oscar pela primeira vez.
Conheça detalhes das trilhas sonoras indicadas ao Oscar 2016:
“Carol” – Carter Burwell
Toda baseada em românticos acordes de piano, a música de “Carol” traz um tom preciso de encanto e charme para envolver os flertes entre as personagens de Cate Blanchett e Rooney Mara. Lembrado pela primeira vez no Oscar, o compositor acumula parcerias com os irmãos Coen (“Onde os Fracos Não Têm Vez”) e Spike Jonze (“Quero Ser John Malkovich”). Indicado em animação, “Anomalisa” também tem trilha do nova-iorquino.
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“Os Oito Odiados” – Ennio Morricone
Já na espetacular cena de abertura, embalada pelo mui assobiável tema “L’Ultima Diligenza di Red Rock”, Morricone evidencia sua capacidade de ambientar um faroeste com pouquíssimas e repetitivas notas. Favorito na categoria, o italiano pode corrigir um desses vários desvios de caráter da Academia, já que nunca venceu o prêmio. Detalhe: o italiano não trabalhava em westerns desde “Quando Explode a Vingança” (1971), de Sergio Leone.
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“Ponte dos Espiões” – Thomas Newman
É a primeira vez desde “A Cor Púrpura” (1985) que um filme de Spielberg não carrega timbres assinados por John Williams. Ainda assim, a música de Thomas Newman combina perfeitamente com as tonalidades emocionais do filme: é contida, com sopros tímidos de patriotismo e arroubos reduzidos aos agudos dos trompetes. Décima terceira indicação para Newman, que, entre outros trabalhos, conduziu os belos acordes de “Um Sonho de Liberdade” (1994).
“Sicario – Terra de Ninguém” – Jóhann Jóhannsson
O islandês volta a fabricar notas sombrias para uma trama de suspense, tal qual em “Os Suspeitos” (2013), outra colaboração com o diretor Denis Villeneuve. Enquanto a personagem de Emily Blunt desbrava o violento mundo dos cartéis mexicanos, a música pontua cada descoberta com passagens eletrônicas ruidosas, na tentativa de sempre ilustrar o desconforto da protagonista. Indicado pelo segundo ano consecutivo – concorreu em 2015 por “A Teoria de Tudo”.
“Star Wars – O Despertar da Força” – John Williams (foto no alto)
Williams tem o peso de um artista pop da classe de Madonna ou Michael Jackson para o cinema. Consegue pensar em Darth Vader sem a gravidade da “Marcha Imperial”? Aqui, o tom célere das novas faixas dá personalidade aos novos (jovens) personagens (Rey, Finn e Poe Dameron), com o já conhecido cruzamento entre cordas e sopros. Para se ter uma ideia da marca do compositor: são sete filmes na franquia e ele já foi indicado quatro vezes – ganhou pelo original, “Star Wars” (1977).
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