A Mulher Rei tem Viola Davis como heroína em épico emocionante
O longa da Marvel estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (22/9) e empolga do começo ao fim
atualizado
Compartilhar notícia
A Mulher Rei não teve o peso de divulgação dos filmes da Marvel ou das adaptações da DC. Fora dos circuitos cinéfilos, era mais fácil ouvir falar de Doutor Estranho ou do novo Esquadrão Suicida. Um erro: afinal, o novo longa protagonizado por Viola Davis é um épico empolgante com direito a heroínas, as Agojie.
Sem sombra de dúvidas, já que estamos falando do universo de heróis e heroínas, A Mulher Rei é melhor que tudo o que a Marvel (por exemplo) lançou em 2022 — caso você seja um fã do MCU, não fique bravo. É um longa que tem emoção, um tom épico, drama, ação e representatividade. Mas também pode ser resumido como um filme excelente.
Na trama, somos apresentados ao Reino de Daomé, um estado rico,, no século 19, chefiado pelo rei Ghezo. Além do dinheiro (corretamente apontado no filme como oriundo do tráfico humano), o local se destaca pela sua grande força militar, as Agojie: exército de elite formado por mulheres.
A líder das Agojie é Nanisca — magistralmente, vivida por Viola Davis —, talvez a pessoa mais poderosa do reino, ao lado de Ghezo. A diretora Gina Prince-Bythewood, então, mergulha nessa cultura, com suas danças, lutas e costumes.
Assim, A Mulher Rei mostra uma África por vezes esquecida na cultura pop, uma que não é um curso de miséria, corrupção e exploração. Mas um lugar com reis, rainhas, culturas e tradições tão milenares quanto às ocidentais (na falta de uma palavra menor). Por isso, o longa serve como um resgate histórico de uma tradição apagada pelo racismo.
É inegável que a representatividade ocupa, aqui, um espaço importante — como, aliás, ressalta Viola Davis, que precisou lutar muito para conseguir emplacar o longa. Mas, para fora da agenda política, não dá para negar o óbvio: A Mulher Rei é um épico.
Viola Davis, assim como Lashana Lynch, Sheila Atim, Thuso Mbedu e John Boyega, entregam atuações de alto nível. O elenco feminino, aliás, consegue promover participações marcantes nos momentos de ação (como mostra o vídeo de preparação física que viralizou) e, ainda mais, nos de drama. Esse é um ponto forte do filme: a emoção não é só do conflito físico, mas vem também da forte história e passado que cada personagem carrega.
A parte dramática só não é melhor por um roteiro que, ao priorizar algumas relações com excelentes diálogos, torna algumas passagens (coincidentemente as mais conflituosas) um pouco opacas.
Ao fim, A Mulher Rei chama atenção por trazer muita ação em suas duas horas de duração. Mas… cativa ainda mais por jogar luz a um passado de riqueza que é constantemente apagado. Se as Agojie são a inspiração para a Dora Milage. Damoé seria Wakanda não fosse a colonização.
Avaliação: Excelente