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A Invenção do Outro, de Bruno Jorge, vence o 55º Festival de Brasília

O curta Escasso, de Clara Anastácia e Gabriela Gaia, também foi destaque no Festival de Cinema. A Invenção do Outro conquistou 4 prêmios

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1 de 1 Imagem colorida mostra pessoas em frente ao cartaz do Festival de Cinema de Brasília de 2022 - Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

A Invenção do Outro, de Bruno Jorge, levou o prêmio de Melhor Filme de Longa Metragem no 55º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (FBCB). A mostra chegou ao fim na noite de domingo (20/11), após uma semana de exibições que marcou o retorno do evento ao formato presencial.

Para o encerramento, o FBCB trouxe homenagens a pessoas que fazem parte da história do festival, entrega de mais de 40 prêmios, e até convites para o Carnaval de Olinda (PE), em uma cerimônia comandada pelas atrizes Bárbara Colen e Dandara Pagu.

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Brasilienses aproveitam a área externa antes do início da cerimônia
Com 1,2 mil filmes inscritos nas categorias curta e longa metragens
Foram selecionados 12 curtas e seis longas para a Mostra Competitiva Nacional
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Festival de Brasília do Cinema Brasileiro na noite de premiação

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A obra de Jorge, que mostra o primeiro contato com indígenas isolados no Amazonas, disputou a premiação principal com outras cinco produções, e conquistou também os Candangos de montagem, edição de som e fotografia.

Definido pelo júri técnico como “uma experiência cinematográfica arrebatadora”, o longa também impactou quem trabalhou para produzi-lo.

“Acho que o principal aprendizado dessa experiência foi que a gente não precisa se identificar com a gente mesmo para se identificar com o outro. Podemos partir de um outro lugar, do coletivo”, analisa Jorge.

Outros destaques no Festival

Embora não tenha levado o prêmio principal, Mato Seco em Chamas também foi um dos destaques da noite.

A produção de Adirley Queirós e Joana Pimenta ficou com sete das 14 estatuetas entregues para longas da Mostra Competitiva. Entre elas, a excepcional premiação dupla na categoria Melhor Atriz, que ficou com as irmãs Lea Alves e Joana Darc.

Escasso, de Clara Anastácia e Gabriela Gaia Meirelles, recebeu a premiação de Melhor Filme de Curta Metragem.

“Que eu consiga fazer cada vez mais cinema que ressignifique linguagens. Que a gente consiga abrir brechas mentais e materiais para fazer um cinema realmente inclusivo e, mais que isso, integrado”, pontuou Anastácia.

Outro destaque da seleção foi Ave Maria, com direção de Pê Moreira, que terminou o festival como Melhor Filme de Temática Afirmativa.

“Nós (pessoas trans) estamos muito acostumados a ver nossos corpos em situações de violência. E o filme veio da vontade de que os meus pudessem ver seus corpos em situação de carinho, de dores e sofrimentos que não têm a ver com gênero”, ressaltou a diretora.

Os filmes vencedores foram escolhidos pelo júri formado por Carol Almeida, Camila Shinoda, Ulisses Arthur, Mariana Jaspe e Dandara Ferreira, para os curtas; e Juliano Gomes, Sérgio de Carvalho, Ana Flávia Cavalcanti, Ana Paula Muylaert e Alice Lanari, para os longas.

Confira, abaixo, as listas completas:

Longas-metragens

Melhor filme pelo júri oficial: A Invenção do Outro, de Bruno Jorge

Melhor filme pelo júri popular: Rumo, de Bruno Victor e Marcus Azevedo

Melhor direção: Adirley Queirós e Joana Pimenta, por Mato Seco em Chamas

Melhor atriz: Lea Alves e Joana Darc, por Mato Seco em Chamas

Melhor ator: Carlos Francisco, por Canção ao Longe

Melhor atriz coadjuvante: Andreia Vieira, por Mato Seco em Chamas

Melhor ator coadjuvante: Coro de motoqueiros, por Mato Seco em Chamas 

Melhor roteiro: Adirley Queirós e Joana Pimenta, por Mato Seco em Chamas

Melhor fotografia: Bruno Jorge, por A Invenção do Outro

Melhor direção de arte: Denise Vieira, por Mato Seco em Chamas 

Melhor trilha sonora: Muleka 100 Calcinha, por Mato Seco em Chamas

Melhor edição de som: Bruno Palazzo e Bruno Jorge, por A Invenção do Outro

Melhor montagem: Bruno Jorge, por A Invenção do Outro

Prêmio Especial do Júri: Rumo, de Bruno Victor e Marcus Azevedo

 

Curtas-metragens

Melhor filme pelo júri oficial: Escasso, de Clara Anastácia e Gabriela Gaia Meirelles

Melhor filme pelo júri popular: Calunga Maior, de Thiago Costa

Melhor direção: Clara Anastácia e Gabriela Gaia Meirelles, por Escasso

Melhor atriz: Clara Anastácia, por Escasso

Melhor ator: Giovanni Venturini, por Big Bang

Melhor roteiro: Rogério Borges, por Lugar de Ladson 

Melhor fotografia: Yuji Kodato, por Lugar de Ladson

Melhor direção de arte: Joana Claude, por Capuchinhos

Melhor trilha sonora: Podeserdesligado, por Calunga Maior

Melhor edição de som: Black Maria (Isadora Maria Torres e Léo Bortolini), por Lugar de Ladson

Melhor montagem: Edson Lemos Akatoy, por Calunga Maior e Nem o Mar Tem Tanta Água

Melhor filme de temática afirmativa: Ave Maria, de Pê Moreira 

Mostra Brasília 

Em 2022, a Mostra Brasília trouxe quatro longas e oito curtas para a disputa do 24º Troféu Câmara Legislativa.

Após convidar os artistas locais a se comprometerem em fortalecer o festival como palco do cinema brasileiro, a organização do evento elencou O Pastor e o Guerrilheiro, de José Eduardo Belmonte, como melhor longa; e Levante pela Terra, de Marcelo Costa (Cuhexê Krahô), como Melhor Curta da exibição.

Além do troféu, os filmes ganharam R$ 100 mil e R$ 30 mil, respectivamente.

A premiação ainda reconheceu dois filmes escolhidos pelas pessoas que assistiram à mostra durante a semana. Capitão Astúcia, de Filipe Gontijo, foi o longa mais querido pelo público e ganhou R$ 40 mil. Desamor, de Herlon Kremer, foi o curta com mais votos e faturou R$ 10 mil.

Outro destaque da noite foi o curta Manual da Pós-Verdade, que levou quatro prêmios para casa.

Ao todo, foram entregues 11 estatuetas e prêmios que variaram de R$ 6 mil a R$ 100 mil.

Andréa Glória, Edileuza Penha de Souza e João Paulo Procópio formam o júri que definiu os ganhadores do 24º Troféu Câmara Legislativa e condecorou com menções honrosas Chiquinho, da UnB; Iván Presença, do filme Profissão Livreiro; e Super-Heróis, de Rafael de Andrade.

Confira, abaixo, a lista de premiados:

Mostra Brasília 

Melhor longa (R$ 100 mil): O Pastor e o Guerrilheiro, de José Eduardo Belmonte

Melhor longa júri popular (R$ 40 mil): Capitão Astúcia, de Filipe Gontijo

Melhor curta (R$ 30 mil): Levante pela Terra, de Marcelo Costa (Cuhexê Krahô)

Melhor curta júri popular (R$ 10 mil): Desamor, de Herlon Kremer

Melhor direção (R$ 12 mil): Thiago Foresti, por Manual da Pós-Verdade

Melhor atriz (R$ 6 mil): Issamar Meguerditchian, por Desamor

Melhor ator (R$ 6 mil): Wellington Abreu, por Manual da Pós-Verdade

Melhor roteiro (R$ 6 mil): Juliana Corso, por Virada de Jogo

Melhor fotografia (R$ 6 mil): Elder Miranda Jr., por Manual da Pós-Verdade

Melhor direção de arte (R$ 6 mil): Nadine Diel, por Manual da Pós-Verdade

Melhor trilha sonora (R$ 6 mil): Sascha Kratzer, por Capitão Astúcia

Melhor edição de som (R$ 6 mil): Olivia Hernández, por O Pastor e o Guerrilheiro

Melhor montagem (R$ 6 mil): Augusto Borges, Nasthalya Brum e Douglas Queiroz, por Plutão Não é Tão Longe Daqui

Prêmios especiais

A noite também contou com uma seleção de premiações especiais, que começou com a entrega do Prêmio Serviços Prestados ao Festival de Brasília do Cinema Brasileiro para a servidora da Secretaria de Cultura do Distrito Federal Carla Queiroz.

“Que gratidão por cada edição! Foi muito bom! Cada ano, cada edição e cada momento foram especiais. E este, ainda mais”, afirmou a mulher, definida como “memória viva do festival”.

Outro reconhecimento foi o Prêmio Marco Antônio Guimarães, que escolheu Diálogos Com Ruth de Souza, de Juliana Vicente, como a obra que trabalhou melhor com pesquisa, material de memória e arquivos do cinema nacional para a produção.

“Que a gente lembre dos artistas negros que fizeram parte da história da cultura deste país”, lembrou a produtora da Preta Portê Filmes.

Nossos Passos Seguirão os Seus…, de Uilton Oliveira, ganhou o Prêmio Canal Brasil de Curtas, que inclui o valor de R$ 15 mil e um lugar na programação do canal.

Quem conquistou o Prêmio Saruê, entregue pelo Correio Braziliense, foi A Invenção foi Outro, por fazer referência à memória do indigenista Bruno Pereira, assassinado em junho deste ano, com o colega de trabalho, o jornalista Dom Phillips.

Neste ano, os responsáveis pelo Prêmio Abracine lembraram que o setor cinematográfico vive um momento de retomada, mas a crítica da área tem sofrido e se transformado em espaços de indicações de entretenimento.

Dadas as críticas, quem levou a estatueta de Melhor Curta foi Calunga Maior, de Thiago Costa; Mato Seco em Chamas foi escolhido como Melhor Longa.

Entregue pela Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro e pelo Centro Afrocarioca de Cinema, o Prêmio Zózimo Bulbul, em sua segunda edição, também destacou duas produções. “Muito importante entregar esse prêmio nesse dia 20. Falar de cinema negro nem sempre é o assunto mais agradável para todo mundo”, avalia Vitor José.

Novamente, Calunga Maior ficou como melhor curta, mas quem levou o prêmio como melhor longa-metragem foi Rumo, de Bruno Victor e Marcus Azevedo. A equipe da premiação fez também uma menção honrosa a Mato Seco em Chamas, em especial às protagonistas.

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