A brasileira Morena Baccarin sobe mais um degrau em Hollywood com a estreia de “Deadpool”
Depois de atuar em séries de TV, como “Homeland”, ela marca presença ao lado de Ryan Reynolds no blockbuster que estreia quinta (11). E não é no papel de latina!
atualizado
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Brasileira radicada nos Estados Unidos desde os 7 anos, a atriz Morena Baccarin, 36 anos, prepara-se para dar o maior pulo da carreira ao experimentar a superexposição de um blockbuster. Ela estará nas telas de cinema a partir de quinta (11/2), em “Deadpool”, longa-metragem baseado nas histórias em quadrinhos da Marvel, protagonizadas pelo anti-herói vivido no filme por Ryan Reynolds.
Morena interpreta Vanessa Carlysle, uma prostituta que conheceu o anti-herói quando ele era apenas um mercenário com mais humor do que o necessário. Encontram-se em um bar e a relação de ambos se constrói, curiosamente, em uma competição para determinar qual deles teve a infância mais difícil. “É divertido que a dinâmica dos dois seja construída dessa miséria”, ela explica.
Por mais que não seja um longa de amor, é a relação entre Wade Wilson (que posteriormente assume o nome de Deadpool) e Vanessa a responsável por dar o fio narrativo à trama. Quando descobre ter um câncer terminal espalhado por todo o corpo, Wilson abandona Vanessa e ingressa em um projeto que prometia curá-lo. No fim, seu corpo se tornou capaz de se reconstituir, mas deformou o rosto do herói (ou melhor, anti-herói).
Pontas na TV
O nome da atriz (filha da também atriz Vera Setta e do jornalista Fernando Baccarin) já circula com destaque desde o fim da última década, com o sucesso na TV norte-americana em séries como “V” (de ficção científica) e “Homeland”. Em Nova York, onde vive, grava atualmente participações na série “Gotham”, protagonizada pelo marido Ben McKenzie,
Em “Deadpool”, Morena, mais uma vez, não interpreta a moça indefesa. “Pelo contrário, ela está brava com Wilson porque ele a largou”, diz a atriz. “É uma personagem diferente. Ela é forte, sexy, engraçada E, ainda assim, há algo de sombrio nela. Vanessa não teve uma vida fácil, também não permite que isso a deixe abatida. Ela não é uma dama indefesa que precisa ser salva. É bem diferente daquele estereótipo da garota bonita dos filmes.”
Hollywood está mudando e, aos poucos, igualando os gêneros. A brasileira é figura que desponta nesse acerto da indústria do entretenimento. Começou em musicais e peças em Nova York, foi substituta de Natalie Portman, certa vez, mas decidiu tentar papéis melhores do outro lado da costa norte-americana, em Los Angeles.
Em sete dias, conseguiu abocanhar um personagem na série “Firefly”. Tornou-se figura nas telinhas com pontas e participações em produções como “How I Met Your Mother”, “The O.C.”, “Justice”, “Serenity”, “Stargate SG-1”, “Numb3rs”, entre tantas outras.
Indicação ao Emmy
Nada substancial até “V”, a ficção na qual ela foi escalada para protagonista, em 2009. Dois anos depois, na premiada “Homeland”, conseguiu sua primeira e até agora única indicação para o Emmy. O cinema chegou recentemente, com o divertido “A Espiã Que Sabia de Menos” (2015) e, agora, “Deadpool”.
Também é sinal de novos tempos uma brasileira com a chance de interpretar uma personagem que não seja injetada de estereótipo. “No começo, as pessoas queriam saber o que significava meu nome, de onde veio, coisas assim, mas a indústria já mudou muito”, ela avalia. “São tantos atores brasileiros trabalhando por aqui. Americanos estão indo para a Europa. O mundo está ficando menor ”
As filmagens, no início de 2015, aconteceram meses antes de ela engravidar pela segunda vez – atualmente, ela está no segundo trimestre da gravidez. Seu nome figurou recentemente em publicações dedicadas às vidas das celebridades por conta dos bastidores do fim do relacionamento com o ex-marido, o diretor Austin Chick.
Ouvindo David Bowie
Morena, contudo, não se coloca em um pedestal. Ri com frequência. Admite que nem sequer sabia o que significava Deadpool, antes de ler o roteiro. “Em ficção científica, eu gostava de ‘Star Wars'”, ela afirma, para o suspiro dos fanáticos pela saga de George Lucas. “Meu irmão gostava de ler quadrinhos. Para mim, não era a minha”, ela diz.
A brasileira cita “Labirinto”, filme estrelado por David Bowie, como outro favorito na juventude. O músico, ela confessa, tem sido frequente nos seus fones de ouvidos nos últimos dias, quando a trilha sonora não é alguma canção infantil preferida do primogênito Julius, de 2 anos. “Para mim, Bowie é o maior artista de todos”, diz. “Mas também gosto de ouvir a rádio NPR para escutar música indie.”