55º Festival de Brasília: confira a lista de filmes selecionados
Festival de Brasília do Cinema Brasileiro retorna em formato presencial em 2022, após dois anos de pandemia de Covid-19
atualizado
Compartilhar notícia
A Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal e a OSC Amigos do Futuro divulgaram nesta quarta-feira (26/10), os filmes selecionados para o 55º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, edição que marca o retorno do evento ao formato presencial. A seleção é dividida entre longas e curtas nas mostras Competitiva Nacional e Brasília, além de duas mostras paralelas de longas e sessões hors-concours.
“Está sendo um grande desafio realizar o festival de novo em formato presencial”, afirmou a diretoria artística do Festival, a produtora Sara Rocha.
“Com todo esse calor do público e essa sinergia, dos agentes culturais e cinematográficos de Brasília e do Brasil; voltar a olhar o festival cada vez mais como política pública, como elo fundamental na cadeia de valor do audiovisual, onde o filme chega para o público e a gente consegue concluir a vocação e a missão do cinema brasileiro enquanto sintoma social. A seleção dos filmes esse ano trás muito essa marca”, completa.
Antes de revelar os títulos selecionados, o secretário Bartolomeu Rodrigues frisou a importância do festival como ambiente de debate sobre o futuro do audiovisual. “Nós queremos dar condições pra esse debate, ficzrei muito satisfeito se o festival cumprir esse objetivo”, salientou.
Relembre todos os vencedores das edições do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro
Mostra Competitiva Nacional
Este ano, a Mostra Competitiva Nacional conta com duas produções do Distrito Federal: Mato Seco em Chamas, de Adirley Queirós e Joana Pimenta, obra futurista que explora os impactos da presença da extrema-direita em ambientes de favela; e Rumo, de Bruno Victor e Marcus Azevedo, sobre a trajetória de implementação das cotas raciais em universidades brasileiras.
O debate político-social brasileiro também aparece no restante da programação de longas. O documentário fluminense Mandado, de João Paulo Reys e Brenda Melo Moraes, investiga o sistema penal brasileiro; enquanto o título paulista-amazonense A invenção do outro, de Bruno Jorge, acompanha expedição humanitária do indigenista Bruno Pereira na Amazônia em busca da etnia isolada dos Korubos. Entre as ficções selecionadas, o mineiro Canção ao Longe, de Clarissa Campolina, debate questões de classe, família, tradição, raça, gênero e identidade, e o pernambucano Espumas ao vento, de Taciano Valério, contrapõe o labor da arte à expansão de igrejas neopentecostais pelo Brasil.
Na seleção de curtas estão A ficção Big bang (MG/RN), de Carlos Segundo; Ave Maria (RJ), de Pê Moreira; Lugar de Ladson (SP), de Rogério Borges; Calunga Maior (PB), de Thiago Costa; Sethico (PE), de Wagner Montenegro; Anticena (DF), de Tom Motta e Marisa Arraes; Nossos Passos Seguirão os Seus (RJ), de Uilton Oliveira; Escasso (RJ), de Clara Anastácia e Gabriela Gaia Meirelles; São Marino (SP), de Leide Jacob; Capuchinhos (PE), de Victor Laet; Nem o Mar Tem Tanta Água (PB), de Mayara Valentim; e Um Tempo Para Mim (RS), de Paola Mallmann de Oliveira.
Mostra Brasília
Tradicional no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, a Mostra Brasília contará com o longa O pastor e o Guerrilheiro, que marca o retorno do veterano cineasta José Eduardo Belmonte ao festival que o revelou. O diretor Felipe Gontijo, por sua vez, apresenta Capitão Astúcia, aventura que une neto e avô para debater envelhecimento. Pedro Lacerda documenta em Profissão Livreiro a história dos candangos Ivan Presença e Chiquinho da UnB nos desafios impostos pelos novos modelos de negócio do mercado editorial. Por fim, Wesley Godim apresenta Afeminadas, documentário sobre o universo drag queen de Brasília.
A seleção de curtas também aponta para um vasto panorama da nova produção local. Desamor, de Herlon Kremer, aborda o delicado tema da separação; Super-heróis, de Rafael de Andrade, celebra os heróis do cotidiano; Plutão não é tão longe daqui, de Augusto Borges e Nathalya Brum, cria a fictícia favela Plutão, às margens da Ceilândia, onde se abrigam opositores de um governo autoritário; e Manual da Pós-verdade, de Thiago Foresti, investiga o lugar da produção jornalística em meio às fake news.
Carolina Monte Rosa apresenta Tá tudo bem, curta que debate diferenças sociais atenuadas pelo isolamento social; e Juliana Corso exibe Virada de jogo, filme que conecta narrativas femininas através da dor e do amor próprio. Marcelo Cuhexê traz ao festival Levante pela Terra, obra captada no acampamento homônimo, realizado durante a pandemia, em Brasília, contra o avanço de leis que impactariam nos direitos indígenas; e Vínícius Schuenquer apresenta Reviver, filme sobre perdas do passado e superação.
Confira, abaixo, a programação completa:
Mostra Competitiva Nacional de Longas
Mato seco em chamas (DF)
Direção: Adirley Queirós e Joana Pimenta
Espumas ao vento (PE)
Direção: Taciano Valério
Rumo (DF)
Direção: Bruno Victor e Marcus Azevedo
Mandado (RJ)
Direção: João Paulo Reys e Brenda Melo Moraes
Canção ao longe (MG)
Direção: Clarissa Campolina
A invenção do outro (SP/AM)
Direção: Bruno Jorge
Mostra Competitiva Nacional de Curtas
Big bang (MG/RN)
Direção: Carlos Segundo
Ave Maria (RJ)
Direção: Pê Moreira
Nossos passos seguirão os seus… (RJ)
Direção: Uilton Oliveira
Anticena (DF)
Direção: Tom Motta e Marisa Arraes
Calunga maior (PB)
Direção: Thiago Costa
Sethico (PE)
Direção: Wagner Montenegro
Escasso (RJ)
Direção: Encruza – Clara Anastácia e Gabriela Gaia Meirelles
São Marino (SP)
Direção: Leide Jacob
Capuchinhos (PE)
Direção: Victor Laet
Nem o mar tem tanta água (PB)
Direção: Mayara Valentim
Um tempo para mim (RS)
Direção: Paola Mallmann de Oliveira
Lugar de Ladson (SP)
Direção: Rogério Borges
Mostra Brasília de Longas
Capitão Astúcia
Direção: Filipe Gontijo
Profissão livreiro
Direção: Pedro Lacerda
Afeminadas
Direção: Wesley Godim
O pastor e o guerrilheiro
Direção: José Eduardo Belmonte
Mostra Brasília de Curtas
Desamor
Direção: Herlon Kremer
Super-Heróis
Direção: Rafael de Andrade
Plutão não é tão longe daqui
Direção: Augusto Borges e Nathalya Brum
Manual da pós-verdade
Direção: Thiago Foresti
Tá tudo bem
Direção: Carolina Monte Rosa
Virada de jogo
Direção: Juliana Corso
Levante pela Terra
Direção: Marcelo Cuhexê
Reviver
Direção: Vinícius Schuenquer
Sessões especiais
Quando a coisa vira outra (DF)
Direção: Marcio de Andrade
Diálogos com Ruth de Souza (SP)
Direção: Juliana Vicente
Mostra Reexistências
O cangaceiro da moviola (MG/RJ)
Direção: Luís Rocha Melo
Não é a primeira vez que lutamos pelo nosso amor (RJ)
Direção: Luis Carlos de Alencar
Uýra – A retomada da floresta (AM)
Direção: Juliana Curi
Cordelina (PB)
Direção: Jaime Guimarães
Mostra Festival dos Festivais
A filha do palhaço (CE)
Direção: Pedro Diógenes
Três tigres tristes (SP)
Direção: Gustavo Vinagre
Fogaréu (GO)
Direção: Flávia Neves
Seleção em Homenagem a Jorge Bodanzky
Distopia utopia
Direção: Jorge Bodanzky
Compasso de espera
Direção: Antunes FIlho
Amazônia, a nova Minamata?
Direção: Jorge Bodanzky
55º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro
De 14 a 20 de novembro de 2022 no Cine Brasília e nos complexos culturais de Planaltina e Samambaia. Informações, inscrições para oficinas e programação completa no site.