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50º Festival de Brasília: 10 fatos que marcaram a histórica edição

Manifestações de cineastas, filmes sobre identidade de raça e gênero e uma intensa preocupação em retratar o Brasil atual marcaram a mostra

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Hugo Barreto/Metrópoles
festival de brasília 50 festival de brasília 2017
1 de 1 festival de brasília 50 festival de brasília 2017 - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O 50º Festival de Brasília terminou neste domingo (24/9), com a consagração do longa mineiro “Arábia”, vencedor de cinco prêmios Candango, incluindo melhor filme. Cerca de 26 mil pessoas frequentaram a mais tradicional mostra de cinema do país.

Se o 49º festival foi o do “Fora, Temer”, o 50º estendeu o protesto para agendas específicas: defesa do fomento público à produção de cinema, indignação com o momento político e social de incertezas, manifestações contra qualquer forma de intolerância e contestação por mais espaço para negros, mulheres, índios, LGBTs e vozes da periferia nos filmes e seleções de festivais.

Veja 10 fatos que marcaram o 50º Festival de Brasília:

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<b>Filmes de postura feminista</b>. Três diretoras expuseram as dores e as angústias de muitas mulheres em suas películas. "Tentei" (de Laís Melo) acompanhou uma curitibana que tenta denunciar o marido por agressões e abusos. "Pendular" (Júlia Murat, <i>na foto</i>) mostrou relacionamento entre dançarina e escultor pelo olhar de uma artista que busca independência total (na profissão e no corpo). "A Passagem do Cometa", de Juliana Rojas, abordou o aborto com naturalidade ao mostrar mulheres à espera da passagem do cometa Halley.
<b>Matheus Nachtergaele: entrada triunfal para abrir a histórica edição</b>. Premiado no festival por "Big Jato" (2015), o ator inaugurou a 50ª mostra recitando um monólogo poético em celebração ao evento cinematográfico mais tradicional do Brasil. Caracterizado como um verdadeiro candango, Nachtergaele tirou terra dos bolsos, jogou-a na cabeça e declarou o começo de um novo futuro para o cinema nacional. "50 anos são outros 500!", bradou. O astro também provocou o primeiro "Fora, Temer" da quinquagésima edição.
<b>As vozes da periferia: angústias brasileiras com um olhar autêntico e pungente</b>. Muito já foi dito que o cinema brasileiro espetaculariza (ou romantiza) a vida nas periferias do Brasil. Uma nova safra de filmes brasileiros, produzidos por cineastas periféricos, representam seus personagens com a autenticidade de quem está inserido nesses espaços cotidianamente. Caso dos curtas-metragens "Peripatético (Jéssica Queiroz) e "Chico" (Irmãos Carvalho) exibidos na competição. Os premiados "Arábia" (longa) e "Tentei" (curta) também colocaram angústias dos trabalhadores e das mulheres na tela do Cine Brasília. Entre as produções locais, "UrSortudo", que dividiu o prêmio da Mostra Brasília com "Tekoha", a história é ambientada no Paranoá.
<b>"Café com Canela", filme ambientado no Recôncavo da Bahia: nas graças do público</b>. A simpatia das atuações feitas pelo elenco de "Café com Canela" quebrou a sisudez da mostra competitiva. Assim que a projeção da película, toda ambientada no Recôncavo da Bahia, terminou, a reação da plateia não deixou dúvidas de quem levaria o prêmio de melhor filme, eleito pelo júri popular.
<b>Comédia stand-up para rir da crise</b>. Marcus Curvelo já tinha mostrado seu humor característico em 2016, com o curta "Ótimo Amarelo". Mas "Mamata" foi além: misturou a cultura de memes de internet (David Luiz, Hino Nacional cantado por Vanusa) com as incertezas da juventude atual em relação ao mercado de trabalho e dinheiro no filme mais divertido do festival. Ganhou três prêmios (melhor curta pela crítica, montagem e ator, para o próprio Curvelo). No palco para receber os troféus, o baiano fez praticamente um pocket show de stand-up: "Vim a Brasília com R$ 9. Vendi ingresso da festa (Contraplano) pra tomar cachaça." O público se acabou de rir (de novo).
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A força de Minas Gerais: longa do estado ganha festival pelo segundo ano consecutivo. A produção mineira está com tudo no Festival de Brasília. Um ano após a vitória de "A Cidade Onde Envelheço", "Arábia" conquistou cinco prêmios com uma crônica tocante sobre um trabalhador braçal que zanza durante anos no interior do estado, entre frustrações, perdas e extenuantes recomeços. João Dumans, codiretor ao lado de Affonso Uchôa, também roteirizou "A Cidade".

Ricardo Botelho/Metrópoles
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Filmes de postura feminista. Três diretoras expuseram as dores e as angústias de muitas mulheres em suas películas. "Tentei" (de Laís Melo) acompanhou uma curitibana que tenta denunciar o marido por agressões e abusos. "Pendular" (Júlia Murat, na foto) mostrou relacionamento entre dançarina e escultor pelo olhar de uma artista que busca independência total (na profissão e no corpo). "A Passagem do Cometa", de Juliana Rojas, abordou o aborto com naturalidade ao mostrar mulheres à espera da passagem do cometa Halley.

Felipe Menezes/Metrópoles
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Matheus Nachtergaele: entrada triunfal para abrir a histórica edição. Premiado no festival por "Big Jato" (2015), o ator inaugurou a 50ª mostra recitando um monólogo poético em celebração ao evento cinematográfico mais tradicional do Brasil. Caracterizado como um verdadeiro candango, Nachtergaele tirou terra dos bolsos, jogou-a na cabeça e declarou o começo de um novo futuro para o cinema nacional. "50 anos são outros 500!", bradou. O astro também provocou o primeiro "Fora, Temer" da quinquagésima edição.

Felipe Menezes/Metrópoles
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As vozes da periferia: angústias brasileiras com um olhar autêntico e pungente. Muito já foi dito que o cinema brasileiro espetaculariza (ou romantiza) a vida nas periferias do Brasil. Uma nova safra de filmes brasileiros, produzidos por cineastas periféricos, representam seus personagens com a autenticidade de quem está inserido nesses espaços cotidianamente. Caso dos curtas-metragens "Peripatético (Jéssica Queiroz) e "Chico" (Irmãos Carvalho) exibidos na competição. Os premiados "Arábia" (longa) e "Tentei" (curta) também colocaram angústias dos trabalhadores e das mulheres na tela do Cine Brasília. Entre as produções locais, "UrSortudo", que dividiu o prêmio da Mostra Brasília com "Tekoha", a história é ambientada no Paranoá.

Humberto Araujo/Divulgação
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"Café com Canela", filme ambientado no Recôncavo da Bahia: nas graças do público. A simpatia das atuações feitas pelo elenco de "Café com Canela" quebrou a sisudez da mostra competitiva. Assim que a projeção da película, toda ambientada no Recôncavo da Bahia, terminou, a reação da plateia não deixou dúvidas de quem levaria o prêmio de melhor filme, eleito pelo júri popular.

Daniel Ferreira/Metrópoles
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Comédia stand-up para rir da crise. Marcus Curvelo já tinha mostrado seu humor característico em 2016, com o curta "Ótimo Amarelo". Mas "Mamata" foi além: misturou a cultura de memes de internet (David Luiz, Hino Nacional cantado por Vanusa) com as incertezas da juventude atual em relação ao mercado de trabalho e dinheiro no filme mais divertido do festival. Ganhou três prêmios (melhor curta pela crítica, montagem e ator, para o próprio Curvelo). No palco para receber os troféus, o baiano fez praticamente um pocket show de stand-up: "Vim a Brasília com R$ 9. Vendi ingresso da festa (Contraplano) pra tomar cachaça." O público se acabou de rir (de novo).

Humberto Araujo/Divulgação
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O curta "Afronte": braço LGBT no festival. O recado dos produtores do curta-metragem "Afronte" foi bem claro. "Tem de ter mais bichas pretas periféricas nas telas de cinema". Exibido na Mostra Brasília, o documentário de temática LGBT arrebatou o público e levou três prêmios na competição.

Hugo Barreto/Metrópoles
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O "Spielberg do Piauí" que conquistou Brasília. Natural de Picos, interior do Piauí, Dedé Rodrigues foi um dos grandes personagens do festival. Ele é conhecido em sua cidade por rodar filmes encharcados de efeitos especiais, caso da saga "Cangaceiros Fora de Tempo". O curta "Carneiro de Ouro", de Dácia Ibiapina, cineasta e professora da UnB, retrata esse louco por cinema com olhar apaixonado e divertido. O público foi à loucura – duas vezes: o filme passou no mesmo dia em sessões na Mostra Brasília e na mostra competitiva, ao lado de "Era uma Vez Brasília". Saiu do Cine Brasília com prêmios de direção no segmento local e melhor curta pelo júri popular na competitiva.

Hugo Barreto/Metrópoles
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Para além do "Fora, Temer": cineastas em defesa da Lei do Audiovisual. A produtora Sara Silveira ("A Passagem do Cometa", "Vazante") foi a primeira a chamar a atenção para as mudanças da Lei do Audiovisual que podem ser votadas no Congresso Nacional. "Nos deixem trabalhar", requisitou. O protesto recebeu apoio do documentarista Vladimir Carvalho e demais realizadores presentes no Cine Brasília. Antes da premiação, durante o festival, um grupo de cineastas se encontrou com Rodrigo Maia, então presidente em exercício, como forma de pressionar o governo pela derrubada do veto ao fomento.

Ricardo Botelho/Metrópoles
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Adirley Queirós: Candango de direção com um filme que deixou o público desconcertado. Como esperado, a sessão de "Era uma Vez Brasília" foi a mais concorrida do festival. Teve gente sentada nas escadas e corredores para conferir o novo longa do diretor de "Branco Sai, Preto Fica" (2014). Ao fim da sessão, o público que permaneceu até os créditos saiu perplexo (e talvez um tanto decepcionado) com os heróis impotentes e a crônica urbana melancólica orquestrada pelo ceilandense. O filme também levou os Candangos de fotografia e som.

Hugo Barreto/Metrópoles

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