Carnaval 2020: Praça dos Prazeres aposta em diversos ritmos
Um dos polos carnavalescos de Brasília recebe vários blocos nesta segunda (24/02/2020)
atualizado
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A Praça dos Prazeres abriu esta segunda-feira (24/02/2020) de Carnaval com muito axé e funk. O agito segue até as 23h com quatro blocos celebrando a pluralidade de ritmos e a diversidade: Vai que Cola, Rainhas do Babado, Eixão 44 e Relabucho. Apesar da chuva que atinge a área central da cidade, a previsão dos organizadores é receber 5 mil foliões, já que a arena de shows é coberta.
Por volta das 17h, cerca de mil foliões se divertiam ao som da DJ Xanaína, principal atração do Bloco Vai Que Cola, que sai pelo segundo ano no Carnaval de Brasília. Para ela, a presença do público, com o tempo fechado, demonstra a força dos blocos da diversidade. “Vem de varias partes da cidade, não só da área central. São pessoas que sabem que este é um movimento contra a LGBTfobia, o racismo e a gordofobia e se identificam com a causa”.
O paraense Carlos Henrique está curtindo a folia na cidade pelo primeiro ano e se impressionou com a diversidade de blocos. “Vim visitar uma amiga e ela está me levando pra curtir. Achei bem legal porque lá em Marabá a comemoração é bem diferente”, diz.
Já a brasiliense Jéssica Laranja veio curtir o Carnaval da Praça dos Prazeres pra fugir da movimentação intensa dos outros blocos e do assédio. “Já vim em outros anos e é um lugar onde me sinto bem, perto dos meus”, justifica.
Amanhã (25/02/2020), último dia de carnaval na Praça dos Prazeres, o Bloco da Ursal abre a programação à tarde com o Bloco Terça de Fuego dos artistas Sací Weré, Muntchako e Ska Niemeyer.
Protesto
Idealizadora do Carnaval na Praça dos Prazeres, a produtora cultural Juliana Pagul avalia que o andamento da festa no local tem sido positivo, mas atribui a conquista exclusivamente aos profissionais e artistas envolvidos na festa.
Segundo a brasiliense, a Secretaria de Cultura tem coordenado a festa “de forma irresponsável”, descumprindo a Lei nº 4.738 e o Decreto Distrital 38019/2017, que estabelecem as responsabilidades do estado na promoção do Carnaval.
“Vivemos um momento de ofensiva e violência institucional à Cultura. A verdade é que todos os produtores que se propõe a realizar a festa estão cansados”, desabafa.
Ela explica que a organização da Praça está catando latinha para pagar os profissionais. “Temos um acordo com o Governo, que não é cumprido. Esse é o maior evento do país, estamos fazendo a nossa parte mas precisamos que ele também se comprometa, não só com segurança, mas dialogando assertivamente com as plataformas de Carnaval”.
Ela cita que Praça dos Prazeres é uma das mais tradicionais. “Estamos há 14 anos para promovendo um carnaval de respeito, tolerância e diversidade. É um ato político”.