Carnaval 2020: Mangueira traz Jesus diverso como mulher e negro
A escola de samba é conhecida por seus posicionamentos políticos e era uma das mais aguardadas no desfile carioca
atualizado
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Conhecida por trazer política para o Carnaval, a Mangueira não decepcionou e exibiu faces diversas de Jesus. O grande destaque da escola de samba do Rio de Janeiro foi o pedido por respeito e tolerância.
O enredo falava de hipocrisia religiosa e apontava violências sofridas por minorias. Para reforçar a mensagem, Jesus surgiu como mulher, índio e negro com balas alojadas no corpo. Outra ala da Mangueira mostrava abuso do poder policial.
A escola ainda apresentou apóstolos dançando funk sobre a Santa Ceia. Cheio de ironia, o desfile contou com uma seção chamada “Bandido bom é bandido morto”.
A comunidade LGBTQ também teve vez na montagem, com reflexões sobre a violência sofrida pelo grupo. Flâmulas com as cores do arco-íris destacavam a pergunta: “Vai tacar pedra?”, enquanto pessoas desfilavam penduradas em cruzes, onde se liam a frase “Só ame”.
Carregada de mensagens políticas e provocações, a Mangueira foi um dos grandes destaques da noite e um dos assuntos mais comentados no Twitter brasileiro.
O Jesus do nosso tempo. O Jesus do funk, do grafite, do rap, o Jesus que toma dura, que mora aqui, justo aqui, do nosso lado. O Jesus carioca, o Jesus da favela. Que ele resista, renasça, que sua luta seja parte de nós. Obrigado, Estação Primeira de Mangueira. #Carnaval2020 pic.twitter.com/XC6X5nSX1r
— Tarcísio Motta (@MottaTarcisio) February 24, 2020