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Cannes: Nelson Pereira dos Santos, de Aida Marques e Ivelise Ferreira

Documentário repassa trajetória de vida de um dos maiores diretores do país.

atualizado

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Festival de Cannes/Divulgação
Nelson Pereira dos Santos
1 de 1 Nelson Pereira dos Santos - Foto: Festival de Cannes/Divulgação

A história do cinema brasileiro passa pelo Festival de Cannes, afinal, foi aqui que ele se revelou ao mundo de maneira incontestável. Após a Palma de Ouro em 1962, o movimento Cinema Novo se estabelece em 1964 com dois filmes: “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, de Glauber Rocha, e “Vidas Secas”, de Nelson Pereira dos Santos. Glauber apresentava seu segundo filme, mas Nelson já era um dos mais importantes artistas do Brasil. Numa fase pós-chanchada, embalado pela estética neorrealista, ele erguera o cinema independente brasileiro nos ombros, providenciando, além disso, uma escola de cinema para vários outros que mais tarde se tornariam diretores.

Justo que o Festival cedesse espaço para um panorama de sua vida. No final dos anos 40, o cinema brasileiro ainda tentava imitar o americano, especialmente nas Chanchadas, comédias de muito sucesso que emulavam os screwball comedies da Califórnia. Após descobrir o neorrealismo italiano, Nelson decidiu que as mazelas da sociedade brasileira, especialmente a desigualdade social, não haveria de ficar de fora de um meio de comunicação capaz de atingir tantas pessoas quanto o cinema.

Em 1955 lança “Rio, Quarenta Graus” e o cinema nacional muda para sempre. Foram 60 anos sem parar de fazer filmes, e o grande trunfo do trabalho de pesquisa para o documentário é que o material de arquivo permite que o filme seja inteiramente narrado pelo próprio Nelson. Reconhecido desde o começo da carreira, respondeu entrevistas, deu palestras e comentou cinema o tempo todo. Formou o primeiro curso de cinema do país, na Universidade de Brasília e fez parte do Partido Comunista. Foi censurado durante os anos de chumbo e navegou a retomada.

Falta ao filme algo mais íntimo, algo quase secreto para aqueles que já conhecem seu trabalho. O que ele exibe já é familiar. Se bem que, no Brasil, redescobrir um artista é sempre importante.

Avaliação: Regular (2 estrelas)

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