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Cannes: Le Retour, de Catherine Corsini

Drama conduz vários temas com eficiência e previsibilidade.

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Festival de Cannes / Divulgação
Le Retour
1 de 1 Le Retour - Foto: Festival de Cannes / Divulgação

Se descendentes de imigrantes e colonizados já tem uma relação conturbada, imagine então num cenário encharcado de sol, beirando o Mediterrâneo, palco de tragédia após tragédia de navegações migratórias. Khédidja (Aïssatou Diallo Sagna) começa o filme com uma fuga da ilha de Córsica, aos prantos, com duas filhas. Minutos depois, com o benefício de montagem cinematográfica, 15 anos se passaram e ela está retornando, as crianças agora adolescentes. O porquê da fuga, e uma exploração de suas consequencias, é o que guia esta obra.

Khédidja e suas filhas, Jessica (Suzy Bemba) e Farah (Esther Gohourou), pertencem a gerações diferentes (obviamente), mas neste cenário isto não quer dizer apenas uma diferença etária. A diferença é temporal, cultural e existencial. Jessica e Farah são francesas, nascidas na ilha, mas a mãe nasceu na África ocidental. As três personagens negras estão viajando para as férias da família branca para qual Khédidja trabalha, como babá.

Nada do que acontece na trama da diretora francesa Catherine Corsini surpreende, incluindo as caracterizações–a mãe imigrante, a filha mais velha como CDF noiada e a mais jovem como rebelde e inconsequente. O casal patrão, Denis Podalydès and Virginie Ledoyen, pertencentes a uma elite intelectualizada e bem-intencionada, embora desconectada do que é viver na condição da família de Khédidja. Um ponto novo, mas que já já também será batido, é a filha adolescente do casal, gay e revoltada.

O filme não é um drama familiar moderno o bastante para expurgar por completo a figura paterna. Apesar do pai de Jessica e Farah ter morrido antes delas partirem, o fato e a obviedade de que Khédidja está mantendo inúmeros segredos sobre o acontecimento, não só das filhas mas também dos parentes dele que permaneceram na ilha, é um peso que age sobre o filme inteiro.

Claro que tudo se esclarece, no meio de muita briga familiar, confrontos tingidos por preconceito, aflorescimento sexual e uma boa rave. O que difere o filme de Corsini no começo deste Festival é a despretensão do carinho com suas personagens. Cenas bem escritas e ambientadas, que fazem os personagens e suas interações roteirizadas parecerem reais, cada atriz e ator fazendo um trabalho excelente (incluindo um que parece uma versão vegana e francesa de Johnny Depp) assim como filmagens em locações reais.

“Le Retour” é um filme típico, só que bem-feito e centrado em personagens que geralmente não formam o foco de dramas familiares com potencial comercial.

Avaliação: Bom (3 estrelas)

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