metropoles.com

Cancelamento do Glastonbury coloca em xeque realização de festivais em 2021

Apesar da notícia, eventos brasileiros como Rock In Rio, Lollapaloza, Coala e outros mantêm o otimismo

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Divulgação/Nômade Festival
Nômade Festival 2019, em São Paulo
1 de 1 Nômade Festival 2019, em São Paulo - Foto: Divulgação/Nômade Festival

Brasília e São Paulo (SP) – A disponibilização da vacina contra a Covid-19 no início de 2021 foi encarada por muita gente como uma promessa de retorno à normalidade, com direito a música e aglomeração para comemorar. Agora que o imunizante é realidade, vem à tona também os desafios de torná-lo acessível a toda a população.

Sem que isso ocorra, o segmento cultural, um dos mais atingidos pela paralização das atividades, deve enfrentar uma retomada lenta. Segundo estudo da empresa de pesquisa Hibou, 67% da população só voltará a frequentar eventos fora de casa depois de vacinados.

O prognóstico imprevisível acerca da disponibilização da vacina em massa já começou a mexer no calendário de eventos do ano. O Glastonbury,  no Reino Unido, considerado o maior festival de música a céu aberto do mundo, foi cancelado pelo segundo ano consecutivo devido à pandemia nessa quinta-feira (21/01)

O evento estava marcado para ocorrer entre os dias 26 e 29 de junho, mas os idealizadores não vislumbram uma cenário favorável até lá. “Apesar dos nossos esforços parar mover céus e terra, ficou claro que simplesmente não poderemos organizar o festival este ano”, lamentaram Michael e Emily Eavis em um comunicado divulgado no Twitter.

8 imagens
Avril Lavigne também é
O Lollapalooza está marcado para março de 2022
O Coala Festival também está marcado para os dias 11 e 12 de setembro
Festival Coma é outro evento da produtora
Ney Matogrosso foi atração do último CoMa
1 de 8

A princípio, Rock In Rio será entre 27 de setembro e 03 de outubro de 2021

Divulgação
2 de 8

Avril Lavigne também é

Reprodução
3 de 8

O Lollapalooza está marcado para março de 2022

Reprodução/Wikipedia
4 de 8

O Coala Festival também está marcado para os dias 11 e 12 de setembro

5 de 8

Festival Coma é outro evento da produtora

JP Rodrigues/Metrópoles
6 de 8

Ney Matogrosso foi atração do último CoMa

JP Rodrigues/ Metrópoles
7 de 8

Festival Coma

JP Rodrigues/Metrópoles
8 de 8

Festival Coma

JP Rodrigues/Metrópoles

A iniciativa de cancelar o evento para evitar expectativa por parte dos fãs e burocracias na hora de reembolsar fornecedores, artistas e público pode ser seguida por outros festivais nos próximos meses.

Otimismo no Brasil

Entre os festivais que ocorrem no Brasil e já tem data marcada estão o o Rock In Rio, entre 24 e 30 de setembro e 1º e 3 de outubro, na Cidade do Rock, Zona Oeste do Rio de Janeiro; o Lollapaloza e o Coala Festival, ambos entre os dias 10 e 12 de setembro, em São Paulo; além do Rocky Mountain, em Petrópolis (RJ), que privilegia a música nacional e esgotou o numero de ingressos disponibilizados para sua próxima edição, em novembro, em apenas nove horas.

Semanas antes do primeiro dia de janeiro, o Coala Festival, que em 2020 reuniu pela internet músicos como Gilberto Gil, Novos Baianos e MC Tha, iniciou a venda de entradas para a próxima edição. O festival de música brasileira já anunciou duas atrações, Gal Costa e Maria Bethânia, escaladas para se apresentar nos dias 11 e 12 de setembro, respectivamente.

Mesmo com um grande ponto de interrogação sob a cabeça, o Coala já vendeu mais de 80% dos ingressos até o momento, segundo um dos fundadores e curador do evento, Gabriel Andrade. Até 30 mil pessoas são esperadas nos dois dias.

“Ainda há muita incerteza, estamos sujeitos a forças maiores dos governos estadual e federal. Tem muitas partes envolvidas para que a gente possa voltar. Na pior das hipóteses, teríamos que adiar, mas acredito que não por mais de seis meses”, admite Andrade. Até o momento, porém, não foi revelada nenhuma informação sobre reembolso do valor da entrada.

Uma, duas, três datas?

A pandemia de coronavírus tem alterado os planos, por exemplo, do Nômade Festival. O evento que acontece desde 2018 na capital paulista remarcou a data da terceira edição em meio ao surto de coronavírus, sob a justificativa de oferecer assistência à cadeia de trabalhadores envolvidos na organização. Aconteceria inicialmente em 8 de outubro de 2020, foi adiado para 24 de abril deste ano, mas deve ganhar uma terceira – e provavelmente – definitiva data nas próximas semanas.

Os sócios da agência InHaus, idealizadora desse e de outros festivais, Luiz Restiffe e Juliano Libman, reverteram o cenário desfavorável com o que chamam de reinvenção. Fizeram apresentações musicais em drive-in, separados por boxes para seis pessoas e eventos de live marketing dentro dos protocolos de segurança contra Covid-19, afirmam. Essa frente, juntamente com shows de pré-carnaval e carnaval, permitiu que a empresa fechasse o ano no azul.

Para antecipar uma possível dor de cabeça, a papelada de contratos também foi repensada na pandemia. Caetano Veloso e Elza Soares, que são do grupo de risco por já terem ultrapassado os 60 anos, são os primeiros nomes anunciados para a próxima edição.

“Nós colocamos uma cláusula de possível alta de data, seguindo os protocolos de vigilância sanitária. Isso ficou muito claro para os artistas, principalmente os de MPB e hip hop, que são os que mais entendem essa mudança e levantam a bandeira da preocupação com saúde”, afirma Restiffe.

Com a proximidade de abril, os sócios da InHaus devem revelar em breve uma terceira data do Nômade Festival já com mais dois novos nomes da MPB que estarão lá. O Nômade também acontece no Memorial da América Latina e reuniu mais de 10 mil pessoas em 2019. Sem muito alarde na divulgação nas últimas semanas, a agência calcula a venda de 30% da carga de ingressos até o momento.

Shows internacionais preocupam

Se por um lado a música brasileira vem carregada de certa euforia, por outro lado os organizadores que trazem artistas internacionais estão mais com o pé no chão. O jornalista e curador do Popload Festival, que nasceu sob o guarda-chuva do site de música indie Popload, Lúcio Ribeiro, analisa que cantores e bandas gringas de expressão podem rarear em 2021 por conta do agravamento da pandemia. 

Nos últimos dois anos ao vivo e com público, Patti Smith e Blondie subiram ao palco, por exemplo. “A complicação começa porque vai ser difícil um artista grande vir, a não ser que ofereçam um caminhão de dinheiro. Eles estão com discos e turnês atrasados, e o mercado brasileiro não é prioritário, preferem Estados Unidos, Europa, Ásia e depois olham para América do Sul”.

Em contrapartida, Ribeiro acredita que esse período de avaliação oferece chances de incluir mais brasileiros no line-up. Desde 2013, o Popload mescla atrações internacionais e nacionais. Em 2019, a Time For Fun (T4F) adquiriu a plataforma de música criada pelo jornalista.

Por consequência da dúvida, o Popload ainda não revelou sua próxima edição, mas a ideia é que uma decisão seja tomada até o final de fevereiro. Isso porque a partir do segundo semestre, mais precisamente de setembro em diante, Ribeiro projeta uma enxurrada de festivais e shows de música no calendário do país, inclusive com dias e horários parecidos. Como exemplo, o Lollapalooza e o Coala estão marcados para o mesmo fim de semana de setembro.

De acordo com o infectologista Leonardo Weissmann, o cenário para a realização de eventos de grande porte é de muita incerteza. “A vacinação começou agora e temos que levar em consideração a quantidade de vacinas disponível, que é muito pequena. É muito cedo para fazer qualquer afirmação mesmo sobre o segundo semestre”, diz.

Eventos no DF

Em Brasília, onde a cultura dos festivais é recente, a agenda de grandes eventos ainda não foi aberta.  A Influenza Produções, por exemplo, uma das responsáveis pela produção do Festival CoMa – Convenção de Música e Arte, realizado desde 2017 no Eixo Monumental, não definiu a data nem o formato da próxima edição. No entanto, pretende “reativar a marca esse ano”.

“Queremos realizar algo esse ano sim, mas não sabemos como vai ser. Tudo vai depender da vacina e de como o mundo vai se comportar”, avaliou a produtora Kaká Bessa.

Dono da AC Eventos, o produtor Aci Carvalho, espera espera promover pelo menos dois grandes shows ainda em 2021: o Samba Prime,  previsto para acontecer em abril deste ano e O Encontro, marcado para o próximo mês de maio. No entanto, está ciente que terá de encarar muitos desafios para fazê-los acontecer.

“Acreditamos que a maior dificuldade será reconquistar o público. Demonstrar para as pessoas que há segurança sanitária. Mas as pessoas querem voltar a socializar, de um novo jeito, claro, não aguentam mais ficar isoladas”, opina.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comEntretenimento

Você quer ficar por dentro das notícias de entretenimento mais importantes e receber notificações em tempo real?