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Bruno Montaleone abre jogo sobre ser hétero e viver gay no cinema

Bruno Montaleone conversou com o Metrópoles sobre o momento profissional e detalhou cada um dos três papéis que se prepara para interpretar

atualizado

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Bruno Montaleone
1 de 1 Bruno Montaleone - Foto: Divulgação

O talento, o carisma e a beleza de Bruno Montaleone o alçaram ao mote de “galã” da televisão brasileira. Conhecido por viver o “bom moço” na novela Malhação e o michê Matheus em Verdades Secretas, o ator construiu uma carreira sólida longe de polêmicas e fofocas, deixando em destaque a sua facilidade em se movimentar entre os mais diversos meios da arte.

Se provando como um dos principais nomes da nova geração de atores, Montaleone dará vida a papéis na TV, no cinema e no streaming nos próximos meses: o rapaz de 28 anos elenca De Volta aos 15, da Netflix, como Fabrício, além de viver Cristiano em Mania de Você, nova novela das 21 horas da TV Globo.

Na imagem colorida, Bruno Montaleone posa de preto com os braços cruzados, em fundo branco - Metrópoles
Bruno Montaleone se prepara para viver três novos papéis, sendo um no cinema, um na TV e outro no streaming

Já nas telonas, Bruno integra o elenco da cinebiografia de Ney Matogrosso, Homem com H, como Marco de Maria, ex-companheiro do cantor que morreu de Aids. O filme tem data de estreia marcada para dezembro deste ano.

Em conversa com o Metrópoles, Montaleone comentou sobre os próximos trabalhos e garantiu que pretende investir em papéis como vilão. O rapaz de 28 anos ainda falou sobre a preparação para atuar como Marco de Maria e a polêmica em torno de viver um homem gay, mesmo sendo heterossexual.

“Acho importante que a gente naturalize as diferentes orientações sexuais, sinto que isso é colocado como um tabu e não deveria ser, o amor entre pessoas do mesmo sexo é algo absolutamente natural e por consequência interpretar um personagem da comunidade LGBTQIA+ também”, disse o ator.

Leia a entrevista completa:

Bruno, quando penso em você, automaticamente me remete ao “mocinho” da história, talvez pela sua fama de galã. Salvo engano, me recordo do Thiago, em O Lado Bom de Ser Traída, em que você fazia um vilão. Você tem vontade de “abandonar” esse mundo dos mocinhos, talvez investir um pouco mais em papéis de vilão?

Bruno Montaleone: Com certeza tenho vontade de interpretar mais vilões, mas, ao mesmo tempo, não quero abandonar os mocinhos, não. Acho que o sonho de quase todo ator é explorar sua própria versatilidade e que o próximo personagem seja sempre diferente do anterior. Em OLBDST [O Lado Bom de Ser Traída] eu interpretei um personagem complexo e que oferece um plot twist daqueles, foi muito bom, eu sinto que cada vez mais tenho recebido oportunidades diversificadas e que não seguem determinado estereótipo.

Só no ano passado eu emendei meu primeiro protagonista nos cinemas em um filme da Disney, um lord que era exemplo de cordialidade e educação, em um cafajeste na novela das 6, e isso porque antes já tinha gravado interpretando psicopata numa série da Netflix (não sei se poderia falar isso de OLBDST porque é um baita spoiler para quem começa a trama rs), e esse ano comecei já vivendo o Marco na cinebiografia do Ney, também um personagem diferente de tudo que já fiz e que lida com um drama em sua vida já que ele vem a falecer quando já estava muito debilitado em decorrência das complicações do vírus HIV. Se tem uma coisa que não posso reclamar nos últimos anos é de ter emendado perfis que tinham linha parecida.

E já que estamos falando sobre esse mote de galã, eu acho que um galã nunca deixa de ser um galã. Cito Márcio Garcia, por exemplo, sempre será conhecido como galã dos anos 90 em novelas. Você encara esse pseudônimo como um ponto positivo ou negativo para a sua carreira?

BM: Eu tento enxergar como um elogio e agradeço quando falam algo sobre, mas, ao mesmo tempo, tento não me apegar a este adjetivo, inclusive, a última coisa que estou preocupado é se estou bonito na tela, a não ser que o personagem peça isso. E eu sei que é algo controverso o que vou dizer, porque é necessário ter acompanhamento médico para mudanças desse tipo no próprio corpo, mas se eu precisar emagrecer “pra ontem”, como fiz pro Marco ou mesmo se tivesse que engordar 30kg por um bom papel, eu me entrego. Da mesma forma que se eu precisasse deixar a barba estilo Tom Hanks em Náufrago… acho que é algo que o tempo vai mostrar e dizer.

Você não para de fazer projetos, dos mais diversos meios da arte. Gravou Homem com H, trabalha em Mania de Você e vem aí em De Volta aos 15. Acredito que seja muito importante para um artista hoje ser multifacetado, se encaixar em todos os meios de arte. E acho legal que as pessoas não te conhecem por polêmicas, mas pelo seu trabalho. Difere da maioria. Como você encara esse momento da sua carreira, principalmente quando falamos sobre um galã que todos esperam aparecer com uma bela namorada ao lado?

BM: Fico muito feliz com a sua percepção e por sentir que acompanha o como busco conduzir minha carreira também para além das telas, eu amo arte e cada vez mais eu luto para deixar o meu trabalho em primeiro plano, mas, ao mesmo tempo, não me privo de ir acompanhado a um show, evento, cinema, mesmo sabendo que possivelmente terá imprensa, e também não me privo de demonstrar carinho. Então, acho que é tentar seguir mantendo um equilíbrio entre viver minha vida pessoal com naturalidade, vivendo como a pessoa normal que sou (eu não vejo o artista nesse lugar de distanciamento), mas, ao mesmo tempo, tentar não ser invadido de forma como se porque eu tivesse um trabalho público, a minha vida como um todo também tivesse qualquer obrigatoriedade de estar aberta à visitação.

Falando um pouco sobre Homem com H, você viverá Marco de Maria, ex de Ney Matogrosso, que morreu por Aids. Você chegou a mudar seu visual, deixou o cabelo e a barba crescerem. Quais são os principais desafios desse papel? Afinal de contas, é uma pessoa verdadeira, não uma ficção, e que ainda tinha uma doença cruel como a Aids.

BM: Ah, foram muitos os desafios, fisicamente passei por esses processos que mencionamos, até de emagrecimento, mas não considero que nada disso foi nem de longe o mais desafiador, o mais difícil foi não ter muitas informações sobre o Marco disponíveis, o que dificulta uma primeira pesquisa, e depois buscar de toda maneira que podia saber um pouco mais sobre ele, desde na biografia do Ney escrita pelo Julio até com o próprio Ney, buscando fazer jus a quem ele foi, e que ele fosse retratado da forma mais fiel possível. O tempo todo, e cada vez mais quando fui conhecendo sua história, estava focado em honrar sua memória.

Foto colorida de Ney Matogrosso com Jesuíta Barbosa
Ney Matogrosso e Jesuita Barbosa

Posso estar errada, mas este é seu primeiro papel LGBT. Caso esteja, me desculpe! E esse tema virou pauta recentemente, com o [Reynaldo] Giannechini recebendo críticas por viver uma personagem drag sem ser drag. E você é um homem hétero vivendo um homem gay. Você se preocupa com essas críticas, Bruno?

BM: Antes de tudo eu entendo perfeitamente que seja necessário ter mais representatividade no audiovisual, torço pelo dia em que haja espaço para todos que hoje ainda não se veem devidamente retratados, e se isso acontecesse da maneira que deve, o personagem que você vai interpretar não seria uma questão, mas como existe uma falta de espaços que precisam ser ocupados, e histórias que ainda são pouco contadas, isso acaba por se tornar um ponto e é compreensível. Ao mesmo tempo, atuar é viver outras histórias, emprestar seu corpo em prol de dela e se ver em outra pele. A orientação sexual do ator não deveria ser fator limitante para quem ele pode ou não interpretar.

E como foi gravar cenas de intimidade com outro homem, mesmo sendo um homem hétero?

BM: Acho importante que a gente naturalize as diferentes orientações sexuais, sinto que isso é colocado como um tabu e não deveria ser, o amor entre pessoas do mesmo sexo é algo absolutamente natural e por consequência interpretar um personagem da comunidade LGBTQIA+ também.

Agora, falando um pouco sobre Mania de Você: uma novela das 9 sempre chama atenção e essa ainda mais, por não ser um remake, não se passar no campo com as últimas produções. Pode nos contar um pouquinho sobre o seu personagem, o Cristiano?

BM: O Cristiano tem origem humilde e precisou trabalhar e buscar formas de se manter desde cedo, correndo atrás do seu sustento, enfrentando grandes desafios financeiros durante toda a vida, e nem sempre conseguindo dar conta de todas as dívidas. Ao mesmo tempo, e mesmo com todos os percalços no caminho, ele é um sonhador e é obstinado na ideia de conquistar uma vida melhor para ele e para sua namorada, fazendo planos também de construir uma família. Nesse momento estou aqui em Portugal gravando a novela, ele também vem pra cá nessa motivação de tentar algo diferente que faça com que ele prospere e acho que isso é tudo que posso entregar até o momento! rs

Bruno Montaleone, Alanis Guillen e Nicola Prattes em imagem colorida, nos bastidores da gravação de Mania de Você - Metrópoles
Bruno Montaleone, Alanis Guillen e Nicola Prattes nos bastidores de gravação em Portugal

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