Juliette alcançou 16 milhões de seguidores. Como isso ajuda a sister?
Muito mais que garantir fãs, esse número é um chamariz para as marcas que já enxergam nela uma perfeita garota propaganda
atualizado
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Em 19 de janeiro, Juliette Freire tinha 6,7 mil seguidores no Instagram. Naquele dia, a advogada paraibana foi anunciada como uma das participantes do BBB21 e, em uma ascensão rara, chegou aos 16 milhões de fãs na rede nesta sexta-feira (26/3).
A multiplicação tem sido celebrada constantemente pelos administradores da página. Nada mais justo: reforçando o favoritismo, a sister também demonstra por lá que tem todas as chances de levar R$ 1,5 milhão para casa, quase sem riscos de ser eliminada em um Paredão. Mas a festa não é apenas por isso: mesmo faltando mais de um mês para o fim do programa, Juliette já é queridinha das marcas, que estão de olho nesse mundaréu de possíveis consumidores que ela pode gerar.
“O BBB mexe muito com a imagem. Toda o posicionamento que os participantes têm oportunidade de expor influencia no valor da imagem deles. O número de seguidores ainda é uma forma de chancelar isso. Apesar de vermos microinfluenciadores ganhando cada vez mais espaço, quem está na casa dos milhões é mais vantajosos para as marcas”, afirma Rodrigo Ferreira, diretor de comunicação na CHANCE – Agência e Estúdio de Criação.
Dessa forma, os números não servem apenas para demonstrar predileção. Com o cacife gerado pelo programa, egressos dele se tornam produtos valiosos e, sem contato com o mundo exterior, dependem da equipe aqui fora para garantir que os meses na atração gerem retorno.
“Um trabalho de excelência está muito mais na equipe que conduzirá tudo junto ao participante. É preciso ter muito cuidado com a imagem e estratégia de carreira em termos de posicionamento de mercado, estrutura comercial e também psicológica para quando ela sair da casa já existir um plano a seguir. O ideal é ter isso antes da entrada no reality para ir ajustando durante a participação no programa e apenas alinhar com ela no fim”, garante Gis de Oliveira, relações públicas e especialista em gestão estratégica de imagem e carreira artística.
Para Gis, ainda que o contrato com a Globo impeça ações durante o reality, quem tem um planejamento de carreira ou desenvolveu isso durante o confinamento consegue ter contratos garantidos. “Por isso, é importante que a equipe responsável pela gestão de imagem e carreira tenha expertise para fechar com as marcas e campanhas certas, que vão continuar a impulsionar a carreira deles”, garante.
Perfil que agrega
Outro aspecto importante nos milhões de seguidores de Juliette é a capacidade que ela teve de agregar diferentes públicos. Tanto que, no início do mês, o Metrópoles mostrou que a maquiadora já cobrava R$ 30 mil por uma sequência de três Stories no Instagram. “Notando esse potencial dela, as marcas já ficam de olho. Elas têm de saber que aquela pessoa dará visibilidade ao produto. Isso pode justificar a fila da Juliette. Assim, com a quantidade de seguidores, quando algo que ela venha a anunciar chegar até eles, existe chance maior de haver retorno”, completa Rodrigo.
O círculo fica completo quando se percebe que ela se aproveita de um dos maiores diferenciais das edições mais recentes do BBB: agora, nomes como o da paraibana não precisam ser aprovados em uma mídia para depois passar a outra. Juliette, ao mesmo tempo, conquista a televisão e a internet, sem pontes.
“A principal vantagem é que ela ganha legitimação da TV, que ainda é um veículo muito mais massivo. Qualquer pessoa pode ter uma conta no Instagram. Poucos aparecem na Globo porque a emissora precisa te escolher”, afirma o especialista em marketing digital Pedro Jansen.
Assim, tendo ou não vencido, um passo essencial para a carreira de Juliette diante dos seus milhões de admiradores é saber se respeitar. Parece óbvio, mas nem sempre é o que acontece. “O que vemos, na maioria dos casos, são ex participantes fechando todos os tipos de contratos, indo a todos os tipos de eventos, se matando de tanto trabalho para não perder as oportunidades e aparecendo demais nas mídias”, alerta Oliveira.
“Há marcas que procuram perfis com que tenham identificação. Há outras que só querem a visibilidade porque ainda há muita gente que trabalha somente com esse critério: número de seguidores. Mas o que faz a diferença é ponderar tudo isso para definir a pessoa ideal para a estratégia da marca”, completa Ferreira. Sendo assim, não importa a quantidade de adoradores que Juliette tenha ao deixar o BBB: sem a garantia de que seu carisma extrapolará as câmeras da casa, a advogada pode acabar até desejando voltar ao posto de ilustre desconhecida.
