BBB20: final entre mulheres mostra a força do movimento feminista
Concorrem ao prêmio de R$ 1,5 milhão a cantora Manu Gavassi, a influencer Rafa Kalimann e a médica anestesista Thelma Assis
atualizado
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Esta não é a primeira vez que os telespectadores do Big Brother Brasil precisam encarar uma final composta apenas entre mulheres. Na noite deste sábado (25/4), o público eliminou o ator Babu Santana com 57,15% dos votos e deixou na casa para concorrer ao prêmio de R$ 1,5 milhão Manu Gavassi, Rafa Kalimann e Thelma Assis. O diferencial da 20ª edição, entretanto, é que o feminismo se tornou tema central do programa.
No BBB14, Vanessa, Angela e Clara formaram a final. No 16, foi a vez de Munik e Maria Cláudia. Por fim, na temporada 17, Emilly, Vivian e Ieda garantiram vaga para o prêmio milionário. Mesmo assim, o público nunca presenciou algo como a união feminina vista do BBB20. Em seu discurso deste sábado, o apresentador Tiago Leifert afirmou: “A final precisava ser entre mulheres!”.
Durante todo o jogo, o time feminino permaneceu unido mesmo em meio às desavenças. Quem não lembra da afronta das mulheres contra o participante Hadson Nery, responsável por falas machistas? Na ocasião, Hadson, Lucas Chumbo e Felipe Prior decidiram “queimar” as influencers que namoram – Mari Gonzalez e Bianca Andrade (Boca Rosa) -, para as deixarem mal vistas do lado de fora. Quando o tal plano foi revelado, o momento da foto abaixo chegou: todas as nove mulheres da casa contra apenas um homem.
A partir deste momento, o BBB20 ficou conhecido nas redes sociais como a temporada das mulheres. Pouco a pouco, o time feminino eliminou todos os 10 homens do programa, fosse por atitudes machistas, abusivas ou morais. E as acusações não param dentro da casa: aqui fora, participantes como Hadson, Prior e Petrix foram bombardeados com críticas por atitudes inapropriadas.
Contraponto
Mesmo com as mulheres em evidência dentro do programa, algumas atitudes pesaram na opinião do público. Babu Santana foi vítima do chamado feminismo branco, onde mulheres não fazem recorte de raça e classe em seus discursos. Dessa forma, falas racistas eram disfarçadas por trás de “brincadeiras”.
Último homem a deixar o reality, Babu sofreu racismo constante por parte das mulheres. Ivy Moraes, por exemplo, ironizou o pente-garfo do ator. Já Marcela, considerada por pouco tempo como “fada sensata”, distorceu fatos para colocar Babu como agressivo em situações da casa.
Já fora do programa, as ex-sisters pediram perdão ao ator e comentaram que não se atentaram aos comportamentos racistas. “Eu falei sem conhecimento, entendi meu erro, sei que foram falas, sim, de racismo estrutural. Eu vi que errei, estou de peito aberto para consertar e aprender. Sei que machuquei as pessoas e tenho que aguentar as consequências”, disse Ivy.
Cancelados
Claro que a união entre as mulheres não foi o único motivo da eliminação dos homens. Os próprios deram aquela forcinha com suas atitudes. Internautas acusaram Petrix e Pyong de assédio sexual. Enquanto Prior, Lucas, Hadson e Lucas Chumbo foram considerados machistas. Guilherme Napolitano cometeu abuso psicológico contra a agora ex-namorada Gabi Martins.
Vale lembrar que, durante toda a temporada, tags como “machismo” e “assédio” permaneceram entre os assuntos mais comentados das redes sociais, principalmente o Twitter. Exatamente por conta de atitudes machistas é que a berlinda entre Manu, Mari e Prior concedeu ao programa a vaga no Guinness Book, o livro dos recordes, por recorde de votos em um Paredão. A vontade de tirar o arquiteto do jogo por suas falas e atitudes foi tanta, que o público vou mais de 1,5 milhão de vezes.
No fim das contas, Mari, Manu, Rafa, Thelma, Marcela, Ivy, Flay, Bianca, Gizelly e Gabi deram uma aula sobre sororidade: a união e aliança entre mulheres, baseado na empatia e companheirismo, pode levar ao alcance de objetivos em comum.