Autor responde quem podem ser os serial killers em novo livro
Rubens Correia Jr. lança o livro Serial Killers pela Matrix Editora e conversa com o Metrópoles sobre os detalhes da obra
atualizado
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Já pensou se seu vizinho fosse Jeffrey Dahmer, uma pessoa aparentemente comum que matou 17 homens? Ou um membro da sua família poderia ser Ted Bundy, um bonito e carismático homem que sequestrou, estuprou e matou um número desconhecido de mulheres? É seguindo a ideia de que qualquer pessoa pode ser um serial killer que Rubens Correia Jr. estreia seu novo livro.
Em Serial Killers: Como Funciona a Mente Sombria dos Assassinos em Série (Matrix Editora), o especialista em criminologia reflete sobre os caminhos sombrios da psique humana e desvenda o enigma da mente de um assassino em série.
No livro, o autor responde: por que e como os serial killers matam? Como escolhem suas vítimas? Sentem remorso? São pessoas normais, comuns? Existe uma natureza criminosa?
Em papo com o Metrópoles, Rubens comentou que usa os assassinos em série para “viajar pela conduta humana”, considerando que qualquer pessoa pode cometer um ato cruel.
“A intenção do livro é, a partir dos assassinos em série, fazer um estudo e reflexão sobre o comportamento violento de maneira geral que pode alcançar qualquer um de nós. A maldade, crueldade e sadismo não são sentimentos exclusivos de psicopatas, mas todos nós podemos ao longo da vida termos tais comportamentos”, reflete.
Parto de uma pergunta que sempre os alunos e leitores me fazem: quem pode cometer um ato violento? E a resposta é: qualquer um de nós. O que mais choca é saber que os atos bárbaros não são cometidos por monstros ou seres mitológicos, mas são cometidos por pessoas comuns, como nossos vizinhos e colegas de trabalho.
Rubens Correia Jr.
Sucesso do true crime
Nos últimos meses, produções de true crime tomaram conta de plataformas de streaming e viraram febre entre os fãs de um bom crime real. Dahmer: Um Canibal Americano, Pacto Brutal, Isabella: O Caso Nardoni, Todo Dia a Mesma Noite, Um Pesadelo Americano e por aí vai. A lista é infinita.
O sucesso dessas obras virou tema de debates sobre os limites éticos da exposição de crimes reais. Rubens, por sua vez, cuidou de tratar do assunto sem “sensacionalismo ou glamorização da violência”:
“A obra acaba sendo, na verdade, um manual de como entender os atos violentos e principalmente nos precaver da crueldade e maldade, especialmente aquela que acontece em nosso cotidiano, aquela que pode nos atingir a qualquer momento”.
“O problema não é a ‘humanização’ de tais sujeitos, pois eles são realmente humanos, mas o erro está na romantização de atos violentos e sádicos e no consumo deste material como se fosse um entretenimento corriqueiro”, completa.
Expectativas
Sobre suas expectativas com o livro, Rubens aponta: “Os homicidas em série são um mal ontológico? Um mal por sua própria natureza? Ou são frutos também da sociedade e um sintoma da época que vivem? A maldade é exclusividade de alguns? Ou qualquer um dos leitores deste livro podem em algum momento cometer atos sádicos, brutais e cruéis?”.
“Espero que os leitores saibam mais sobre as razões da maldade e também conheçam um pouco melhor a realidade que os cerca. Lembrando sempre que é uma obra que fala de homens e não de monstros, de pessoas comuns e não de anomalias, que o leitor consiga perceber que a maldade, violência e crueldade estão bem mais próximas dele, do que ele supõe”, finaliza.