Artistas e intelectuais se unem contra censura a livro sobre racismo
Nomes como Conceição Evaristo, Carla Madeira, Djamila Ribeiro e Lilia Schwarz defendem o livro O Avesso da Pele, de Jeferson Tenório
atualizado
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“Quando a censura é permitida, toda a cultura de um país é agredida. Ferem de morte a democracia, o direito de um autor se expressar, tiram a oportunidade de alunos entrarem em contato com textos escritos que foram observados e selecionados por comissões especializadas e preparadas para levar qualidade ao ensino”, afirma o grupo.
“Assim, mais uma vez, vimos a público apoiar o escritor Jeferson Tenório. O avesso da pele é um grande livro, aborda temas relevantes, critica o racismo e tem o poder de proporcionar ao jovem leitor reflexão e crescimento a partir de sua leitura”.
“Desejar cancelá-lo é atitude conservadora, atrasada, própria de mentes não evoluídas. Um absurdo a necessidade de se levantar a voz em defesa de um livro. Deplorável ver pretensos educadores envolvidos em esforço de se proibir a circulação de uma obra”, conclui o texto.
O abaixo-assinado em defesa de Jeferson e da obra O Avesso da Pele está aberto para adesões.
“Distorções e fake news”
Para além da editora responsável pela obra, o escritor Jeferson também se pronunciou sobre o caso nas redes sociais. “O Avesso da pele já foi adotado em centenas de escolas pelo Brasil, venceu o prêmio Jabuti, foi finalistas de outros prêmios, teve direitos de publicação vendidos para mais de 10 países, foi adaptado para o teatro. Além disso, o livro foi avaliado pelo PNLD, em 2021, ainda no governo Bolsonaro. A própria diretora assinou a ata de escolha do livro”, elencou em uma publicação no Instagram.
O autor classificou as alegações da diretora como”fake news” e afirmou que elas “são estratégias de uma extrema direita que promove a desinformação”. “O mais curioso é que as palavras de ‘baixo calão’ e os atos sexuais do livro causam mais incômodo do que o racismo, a violência policial e a morte de pessoas negras”.
“Não vamos aceitar qualquer tipo de censura ou movimentos autoritários que prejudiquem estudantes de ler e refletir sobre a sociedade em que vivemos. Agradeço a Compahia das Letras pelo apoio de sempre e a todos que se manifestaram contra esse absurdo”, finalizou.