A Última Ceia? Abertura das Olimpíadas faz referência a outras obras
Apresentação que supostamente referênciava a Santa Ceia provocou críticas por parte de cristãos e conservadores
atualizado
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Uma cena de um grupo de pessoas LGBTQIA+ e drag queens em uma mesa, durante a abertura das Olimpíadas de Paris, provou críticas e acusações de blasfêmia por parte de cristãos. A apresentação foi interpretada como uma releitura do quadro A Última Ceia, de Leonardo da Vinci, que representa o momento em que Jesus Cristo se reúne com seus apóstolos para fazer a última refeição antes de ele ser preso e crucificado.
Além de críticas, as Olimpíadas perderam patrocínios. A empresa C Spire, do ramo de telecomunicações, anunciou, no último sábado (27/7), que não fazia mais parte do grupo de patrocinadores dos jogos Olimpícos de Paris.
No entanto, a apresentação não fazia referência a Santa Ceia. “No fim das contas, não se tratava de representar Última Ceia de forma alguma”, disse cantor e ator francês Philippe Katerine, que estava vestido de azul na perfomance, em entrevista à CNN.
O visual do artista, com o corpo pintado de azul e uma barba amarela em uma bandeja cheia de frutas na mesa, é uma referência a Dionísio, o deus grego do vinho e da festividade.
O que inspirou a apresentação?
Assim, a polêmica apresentação, na verdade, usou obras que fazem referência ao banquete dos deuses do Olimpo, como o quadro O Banquete dos Deuses, de Jan van Bijlert, e A Festa dos Deuses, do italiano Giovanni Bellini.
De acordo o cerimonialista e diretor criativo Thomas Jolly, a “ideia era fazer uma grande festa pagã ligada aos deuses do Olimpo”. “Dionísio aparece nessa mesa. Ele está presente porque é o deus da festa, do vinho, e pai de Sequana, deusa relacionada ao rio Sena”, disse Jolly em uma entrevista ao canal francês BFM no último domingo (28/7).