7 curiosidades da série em áudio sobre sequestros de Silvio Santos e Patrícia Abravanel
Série documental em áudio da plataforma Ubook apresenta detalhes sobre o drama familiar enfrentado pelo dono do SBT há 20 anos
atualizado
Compartilhar notícia
A série documental em áudio “Silvio Santos: sequestros, mortes e mistério” detalha a sequência de acontecimentos que mobilizou, e espantou, o país há 20 anos.
Lançada pela plataforma Ubook e produzida pelos jornalistas Alexandre Freeland e Leandro Calixto, o documentário detalha e apresenta novos relatos sobre os sequestros de Patrícia Abravanel e de seu pai, o apresentador Silvio Santos, em São Paulo – um drama familiar marcado por reviravoltas surpreendentes.
Ouça abaixo um trecho da série documental, que pode ser acessada aqui.
Tudo começa em 21 de agosto de 2001, quando dois sequestradores entram na casa de Silvio Santos, no Morumbi, e levam como refém Patrícia Abravanel. O sequestro se estendeu por sete dias.
Após o pagamento do resgate, ela foi liberada. Localizado em um flat, o sequestrador Fernando Dutra Pinto, líder do grupo, reagiu a tiros e matou dois policiais. Na sequência, ele fugiu descendo pela fachada do prédio.
Diante do cerco policial, o criminoso foi para o tudo ou nada: invadiu novamente a residência de Silvio Santos e exigiu a presença do então governador, Geraldo Alckmin, para se entregar.
A série em três episódios também trata do desfecho da história: a morte de Fernando Dutra Pinto, dentro da prisão, em dezembro de 2002.
Veja a seguir sete curiosidades sobre os sequestros mencionadas no documentário de Freeland e Calixto.
1) O sonho de Patrícia com tubarões
Meses antes do sequestro, Patrícia Abravanel teve um sonho com tubarões. Mencionou ter sonhado com grandes gaiolas dentro do mar. Dentro de cada gaiola, havia um tubarão. Ela então decidiu nadar entre as gaiolas, cercada pelos tubarões. De volta à realidade, no momento em que foi raptada, dentro do carro a caminho do cativeiro, os dois sequestradores se identificaram como Tubarão 1 e Tubarão 2. A série reproduz o comentário de Patrícia Abravanel sobre o assunto em entrevista à apresentadora Marília Gabriela, em 2012: “Eu lembrei do sonho (quando os sequestradores se identificaram como Tubarão 1 e 2). Aí pensei: Deus tá no controle! Me deu uma paz que não sei de onde veio.”
2) Silvio dá o tom na negociação
A negociação ao telefone com o sequestrador era conduzida por Guilherme Stoliar, sobrinho de Silvio e, na época, executivo do SBT. Mas, nos bastidores, o apresentador participava de tudo e se mostrava atento a cada detalhe da negociação. “Ficou acertado o valor de R$ 500 mil (para pagar os sequestradores). Aí o Silvio Santos disse: ‘Não se fala R$ 500 mil. É meio milhão! Chama mais atenção. Temos aqui meio milhão!’ Silvio era quem dava as diretrizes”, recorda o delegado Antônio Olim, titular da DAS (Delegacia Anti-Sequestro) naquela época.
3) Faixa branca para indicar local de entrega do dinheiro
Para facilitar a entrega do pagamento do resgate, um dos sequestradores resolveu pintar na estrada, usando cal, uma faixa branca a partir de um trecho da estrada que seguia até o local da entrega do dinheiro. A ideia inusitada despertou a atenção de guardas municipais que, ao observarem a intervenção na via, seguiram a faixa branca e acabaram encontrando no final da linha traçada um homem, posteriormente identificado como “Pirata”, apelido de um dos integrantes do bando. Ele foi preso na hora.
4) Fuga pelo lado de fora do prédio
Após receber o dinheiro do resgate, Fernando decidiu se hospedar em um flat em Barueri, município da Região Metropolitana de São Paulo. Uma arrumadeira entrou no quarto, num momento em que ele havia saído, e chegou a ver armas e também os sacos de dinheiro. Ela avisou a gerência do lugar, que acionou a polícia. Três policiais civis foram ao local e decidiram tentar a prisão do sequestrador. No corredor do 10º andar, onde Fernando estava, teve início o tiroteio. Dois policiais foram mortos pelo bandido, que também ficou ferido por um tiro nas nádegas. Acuado, ele decidiu sair pelo lado de fora do prédio. Encontrou um ponto na fachada que possibilitava apoiar as costas em uma das paredes e os pés em outra. Nesta posição, ele foi escorregando, aos poucos, pela fachada. E fugiu.
5) Silvio solta piada sobre a filha sequestrada
Após Patrícia Abravanel ser libertada e voltar para casa, após sete dias em cativeiro, Silvio Santos convocou a imprensa para uma entrevista coletiva na entrada da residência da família. Mesmo após o traumático evento enfrentado até ali, o apresentador conseguiu fazer piada sobre a situação. “Me surpreendo com esta filha que me dá um trabalho fora do comum. Eu devia pedir aos sequestradores que ficassem mais tempo com ela”, comentou Silvio, aos risos, ao lado de Patrícia.
6) Sequestrador pula o muro e encontra Silvio de cueca
Ao se dar conta do cerco policial para capturá-lo, Fernando pensou em um plano arriscado para não perder a vida no confronto com os agentes: voltar à casa de Silvio, fazê-lo refém e negociar uma rendição. Abordou um motociclista e o obrigou a levá-lo até o bairro do Morumbi. Chegou por volta das 22h30 e encontrou segurança reforçada na região. Passou a noite num terreno baldio. Ferido, com dores, dormiu enrolado a sacos plásticos. No dia seguinte, ele pulou o muro, entrou na casa e encontrou Silvio fazendo ginástica, de cueca e camiseta, na academia da casa.
7) “Salvou seu Silvio”
Geraldo Alckmin, um político de pouca visibilidade que havia herdado o governo de São Paulo após a morte de Mario Covas, decidiu atender uma exigência do sequestrador, que pediu sua presença no local. Silvio Santos chancelou o pedido. Foi criticado por atender o apelo do bandido e interferir numa negociação policial. Após o episódio, chegou a ter dúvidas se havia comprometido ali seu futuro político. Teve a resposta ao ir a igreja dias depois. Alckmin disse que foi abordado por várias pessoas, sendo ovacionado por “senhorinhas” que agradeceram. “O senhor salvou o seu Sílvio! Obrigada! Obrigada”, relatou Alckmin ao descrever a reação naquele dia, na entrevista concedida à série.