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Tecnologia para crianças: quando começar?

Depois dos 2 anos, e de forma gradual. Antes disso, a criança deve interagir, a partir de jogos e brincadeiras, com pais e familiares

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A pergunta que dá título à coluna de hoje ronda a cabeça de muitos pais de crianças pequenas. Quando, afinal, meu filho deve ter contato com a tecnologia?

Sem dúvida, só depois que seu filho tiver mais de 2 anos de idade. E de forma controlada e gradual.

Por que 2 anos? E como controlar?

Até essa idade, o desenvolvimento físico, afetivo e emocional da criança é impulsionado pela interação. Essa interação é geralmente feita pelos seus principais responsáveis – mãe e pai.

Acrescento, inclusive, que essa interação deve ser responsiva, ou seja, para que haja ganhos, as crianças precisam interagir.

A interação é fundamental por causa das competências sociais – que são o desenvolvimento mais importante nesta primeira fase da vida dos pequenos. Jogos, brincadeiras e convivência no dia a dia são experiências que fazem sentimentos e noções como empatia, colaboração e limites virem à tona. Assim, entre Galinha Pintadinha e levar seu filho para um gramado com objetos simples, escolha a grama.

Para uma parcela significativa dos pais, oferecer tão precocemente Galinha Pintadinha é conseguir um pouquinho de sossego. Tudo certo, não há que se culpar por isso. O bom é inimigo do ótimo. Mas o que pretendemos aqui é apenas oferecer conteúdo para ajudar você a fazer escolhas conscientes – e variar as atividades. Esse conteúdo variado ajudará no desenvolvimento cognitivo do seu filho.

Para isso, é importante respeitar o tempo da criança e saber oferecer a atividade adequada para o pequeno. Até os 2 anos, nada de tecnologia. As interações humanas são vitais para o desenvolvimento. Depois dessa idade, aos poucos, conseguimos introduzir opções tecnológicas. E, se tiver a presença do pai compartilhando desses momentos, melhor ainda

No livro Einstein Teve Tempo para Brincar, as autoras Diane Eyer, Kathy Hirsh-pasek e Roberta Golinkoff apresentam um estudo sobre crianças enviadas pelos pais a pré-escolas “acadêmicas” – em vez de para pré-escolas tradicionais, que priorizaram o brincar e o fazer descobertas.

O estudo concluiu que as crianças de pré-escolas acadêmicas não se beneficiavam academicamente em curto prazo, e muito menos em longo. De acordo com os resultados da pesquisa, ao ingressarem na primeira série, era impossível distinguir as habilidades intelectuais das crianças que tiveram educação formal e as daquelas inseridas no ensino comum. Porém, foi apontada UMA diferença entre os dois grupos: as crianças que frequentaram ambiente acadêmico eram mais ansiosas e menos criativas do que as do outro grupo, “tradicional”.

Percebam, há mais a perder do que ganhar. Os pequenos irão aprender no seu próprio tempo, com o nosso afeto e oportunidades “naturais” do dia a dia.

Para os pais que se preocupam em desenvolver os cérebros de seus filhos, algumas dicas “naturais” sugeridas pelas autoras:

  • – Não compre mais brinquedos, adapte os utensílios de casa para transformá-los em opções interessantes. Crianças usarão sua criatividade e imaginação, e você não estará alimentando o consumo.

– NA IDADE CORRETA, CLARO. A partir dos 2 anos, troque Vila Sésamo por Teletubbies. As crianças adoram repetição, ouvir as mesmas histórias noite após noite. Assim, descobrem algo de novo a cada vez e gostam de encontrar padrões previsíveis. Deixem o Vila Sésamo para uma etapa seguinte.

  • – Substitua shoppings por jogos: certamente, os shoppings são divertidos para nós, mas são locais muito confusos para nossos filhos. Prefira jogar com eles em ambientes abertos ou no gramado perto de casa.
  • – Cante no carro com eles, no caminho da casa da vovó ou da escola.

Essas experiências caseiras ajudam a construir cérebros melhores.

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