Reprovação à vista? Saiba quando e como ajudar seu filho
Ao perceber que o aluno tem potencial de reprovação, é possível remediar a questão a tempo de salvar o ano letivo, com observação e empenho
atualizado
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Será que conseguimos antever, ainda no primeiro semestre, se nossas crianças terão dificuldade de passar de ano? Ao perceber que o aluno tem potencial de reprovação, conseguimos remediar a questão a tempo de salvar o ano letivo? A resposta para as duas perguntas é a mesma: sim!
Esse é um trabalho que precisa ser feito rotineiramente pelas famílias, em casa, e pela escola, na sala de aula. Crianças e adolescentes dão sinais importantes no início do ano que podem nos ajudar a monitorar o desempenho deles; fazer ajustes e oferecer ajuda para que o fim do ano não seja de tristeza
É preciso avaliar, claro, os resultados dos primeiros testes e provas do ano. Verificar se há uma melhora do primeiro para o segundo exame e do segundo para o terceiro. Mas também devemos observar e conversar com a criança ou o adolescente para analisar a autoestima, a animação com a escola e a vontade de se dedicar aos estudos.
“O acompanhamento do desempenho do aluno é uma ferramenta que nos traz percepções não só quantitativas, mas, sobretudo, qualitativas. Isso é possível de ser observado e medido desde o primeiro bimestre”, explica Juliana Diniz, diretora do Sigma. “Temos um corpo de orientação educacional que já começa esse tipo de assistência desde o primeiro dia de aula.”
No Sigma, explica Juliana, além de analisar o histórico escolar da criança, o mapeamento é feito por meio de entrevistas com os pequenos. Assim, a equipe tira algumas conclusões e direciona o estudante ao apoio pedagógico adequado. “Normalmente, o aluno que carrega o primeiro e o segundo bimestres com dificuldades acentuadas, sem sinais de evolução pedagógica, entra no que nós chamamos de ‘alunos em risco de não lograr a aprovação’”, explica a diretora.
A confiança é peça-chave no tabuleiro. A família precisa dar um voto de confiança ao seu filho no início do ano. A criança ou o adolescente costuma dizer aos pais que vai dar conta do recado, pois “neste ano vai ser diferente”… Os pais devem deixar o aluno tomar suas decisões no início, escolher as rotinas de estudo, porém, monitorando, mas com um pouco de distância.Se os resultados não aparecem, acabe à família intervir. Conversem sobre o processo de aprendizagem dele. Como ele está estudando? Como tem organizado o caderno? Quantas horas de estudo tem separado para cada disciplina? Assim, as decisões não são mais exclusivas do aluno: passam a ser compartilhadas.
Neste momento de apoio e atuação, os pais precisam monitorar um pouco mais de perto. Olhar o caderno, conversar sobre a escola, ficar de olho nos resultados dos exames e atento ao calendário das provas, entrar com frequência no site do colégio para ver os andamentos.
A escola também precisa atuar. Juliana Diniz explica: “Quando é um aluno antigo, conseguimos identificar que ele carrega consigo uma dificuldade em determinada disciplina e que, no ano anterior, para conseguir aprovação, precisou fazer recuperação final e algumas intervenções pedagógicas. Com base nesse histórico e na conversa com ele, já iniciamos o ano com um plano de ação e intervenção para que o estudante, antes da primeira avaliação, possa se sentir seguro na escola”.
Notem: a palavra “seguro” tem tudo a ver com a confiança que a família deve conceder ao jovem. “Oferecemos aulas com plantões direcionados para as disciplinas onde há mais dificuldade, um plano de estudo e conversas com os professores. Estabelecemos junto ao aluno um conjunto de ações para ajudá-lo e prepará-lo para os desafios do primeiro semestre”, completa a diretora do Sigma.
E prossegue: “Paralelo a isso, ainda com a orientação educacional e eventualmente com a ajuda dos professores, buscamos fazer um trabalho de fortalecimento emocional daquele aluno. É um trabalho onde estabelecemos uma relação de confiança e apoio. Procuramos fazer com que ele se sinta forte e competente o bastante para lidar com eventuais dificuldades que encontre. É um trabalho contínuo, que acontece desde o primeiro período”.
Reforço não é garantia
Assim, a confiança está na base da atuação da escola e da família. O professor particular entra na jogada? Sim, mas só quando há de fato sinais de dificuldades. O reforço não pode servir como um “garantidor” de boas notas. Isso deixa a criança mal-acostumada. Ela sempre vai esperar que alguma muleta a ajude e isso serve de aprendizado para o resto da vida. Assim, depois da primeira fase de autonomia, se os bons resultados não vierem, o professor particular surge como forte opção.
“Muitas vezes, é necessário que a família entre com algum tipo de apoio e suporte. A natureza das dificuldades de aprendizagem são variadas e complexas e, por isso, as intervenções também precisam ser dessa forma”, explica Juliana Diniz. Segundo ela, isso vale especialmente para aquelas crianças com mais dificuldades.
“Um aluno com algum tipo de transtorno de aprendizagem precisa de todo o suporte que a escola tem a oferecer e nessecita, eventualmente, de algum acompanhamento externo, seja ele de caráter psicológico ou clínico. A escola entende que há uma tríade – escola, aluno e família – responsável por ajudar o estudante em sua trajetória escolar. Deve haver uma articulação entre esses três pilares para que seja possível apoiar”, conclui.