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Eleições 2018: saiba orientar seu filho sobre o processo eleitoral

Show de intolerância política é reflexo de uma sociedade inábil para se comunicar. Nós, como pais, podemos mudar esse cenário

atualizado

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Asian little Chinese girl getting her arm painted a Brazil Flag
1 de 1 Asian little Chinese girl getting her arm painted a Brazil Flag - Foto: IStock

No último domingo (7/10), aproximadamente 117 milhões de brasileiros foram às urnas votar. Arrisco-me a palpitar que ao menos um terço desse número brigou, se aborreceu ou desfez amizades por divergências políticas. Vivemos tempos de discussões acaloradas.

Esse show de intolerância política é reflexo de uma sociedade inábil do ponto de vista da comunicação. Nós, pais, podemos mudar esse cenário. Ensinar nossos filhos a se comunicar, a entender que existem outros pontos de vista, e que está tudo bem. Orientá-los a partir da ótica da disciplina positiva é uma opção amorosa e eficiente.

Nós ensinamos aos nossos pequenos por meio do exemplo, afirma Camila Antunes, pedagoga e educadora parental. Se o adulto perdeu a cabeça numa discussão política na frente do filho, é preciso conversar sobre isso.

Todos os nossos atos são observados por eles. É preciso falar de sentimentos. Por exemplo: a mamãe sentiu raiva, medo, preocupação porque sua tia irá votar em um candidato que não é o meu, mas isso não me dá o direito de xingá-la ou desrespeitá-la. Mas, a mamãe infelizmente perdeu a cabeça

Camila Antunes, pedagoga e educadora parental

Esses momentos de desafios são os mais ricos para ensinarmos valores e habilidades por meio do exemplo, assumindo nossos erros, e o nosso lado humano. Que tal perguntar para o seu filho: “Como você acha que a mamãe pode consertar isso?”, “Como você acha que poderia ter sido dito?”, esclarece a educadora.

Camila Antunes explica como ensinar a lidar com a divergência de opiniões. Primeiramente, ajude a criança a nomear o sentimento, depois a validá-lo e, finalmente, a instrua sobre o que fazer com ele.

Nomear o sentimento sugerindo: “Parece que você está com raiva porque seu amigo não concordou com você”. Em seguida, valide esse sentimento: “Eu entendo que isso pode te deixar muito chateado e sem saber o que fazer”. E, por fim, devemos apresentar algumas ideias para eles do que fazer com esse sentimento: “O que você acha que pode te ajudar agora? Posso te ajudar a passar por esse momento? Você gostaria de amassar massinha? Desenhar seus sentimentos? Fazer uma pausa positiva? Se eu ler um livro com você te ajudaria?”

Atividades manuais (massinha, desenho), respirar profundamente e movimentar o corpo são estratégias que podem ajudar seu filho a retomar o equilíbrio, detalha a pedagoga.

Não precisamos achar que sentir raiva é algo ruim, algo que precisamos eliminar. Podemos e devemos acolher o sentimento, eles existem, nós sentimos, são necessários, precisamos apenas aprender a lidar com eles. Por isso é tão importante ensinar aos nossos filhos como direcioná-los.

“Sentir raiva, medo, angústia, preocupação, indignação, frustração é normal, e tudo bem não concordar com o outro. Mas isso tudo não nos autoriza a desrespeitar as pessoas, xingar, bater”, completa Camila.

Se você errar na frente dos seus filhos, peça desculpas, debata o assunto e faça “do limão uma limonada”: aproveite a oportunidade para ensinar essa habilidade ao seu pequeno.

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