Disciplina positiva: é possível repreender com empatia e respeito
Encorajar crianças e adolescentes os ajudam a se tornar adultos responsáveis e respeitosos, com recursos para resolverem problemas da vida
atualizado
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Na última coluna, mencionei que aprofundaria a discussão sobre disciplina positiva e seus benefícios.
No imaginário de muitas famílias, a disciplina positiva é vista como “Não pode repreender! Tem que deixar a criança fazer tudo, senão meu filho ficará traumatizado”. Ou ainda como uma “modinha” para dizer que não podemos brigar com nossos filhos!
Será que é isso mesmo?
A disciplina positiva não é uma proposta nova: foi criada há 30 anos pela dra. Jane Nelson, terapeuta e doutora em educação. A proposta dela se baseia nos sentimentos de empatia, vínculo e conexão.
O objetivo norteador da proposta é encorajar crianças, adolescentes e adultos a se tornarem responsáveis, respeitosos, resilientes e providos de recursos para solucionarem seus problemas por toda a vida.
Acredito que a disciplina positiva é justamente o equilíbrio entre uma educação severa, punitiva, muitas vezes abusiva, e a permissiva, em que tudo pode. Ela se baseia no conceito de que disciplina pode ser ensinada com firmeza e gentileza ao mesmo tempo, sem punição, castigo ou recompensa.
Confira algumas dicas:
“A criação punitiva parece ser eficiente a curto prazo, mas ela não ensina os valores sociais nem as habilidades de vida de que as crianças necessitam a longo prazo para se tornarem membros bem-sucedidos da sociedade,” esclarece dra. Jane Nelson.
A especialista fala sobre “conexão antes de correção”. Segundo ela, ao corrigir uma criança, é mais eficiente dizer algo como “eu te amo, mas a resposta é não” do que simplesmente dizer “não” diretamente e depois tentar explicar os motivos da negativa.
A disciplina positiva desenvolveu mais de 50 ferramentas que nos ajudam a aprimorar habilidades para construir relacionamentos mais saudáveis.
No Brasil, a melhor fonte sobre o tema é o site www.disciplinapositiva.com.br. Ali, pais, professores e educadores conseguem se aprofundar ainda mais e se capacitar para melhorar a relação com crianças e adolescentes.