Como ajudar crianças e adolescentes a estudar Biologia
Dicas simples e fáceis de aplicar no dia a dia para facilitar a vida de pais e alunos que estão querendo melhorar as notas de biologia
atualizado
Compartilhar notícia
Ajudar seu filho nos estudos não é estudar por ele. É, acima de tudo, supervisionar e saber orientá-lo. O primeiro passo é entender o que é a matéria e, em seguida, quais são as dificuldades apresentadas pela criança.
A Biologia, por exemplo, nos ensina como a natureza e o nosso próprio corpo funcionam e qual é a relação entre todos os elementos que os compõem. Por isso, ao auxiliar o seu filho, sempre considere que ele deverá associar aquilo que leu com o que acontece a sua volta.
Por exemplo, estudar o ciclo biogeoquímico do nitrogênio pode ser considerado desafiador, já que ele não é tão presente quanto o ciclo biogeoquímico da água, do carbono e do oxigênio. No entanto, a aprendizagem fica muito mais dinâmica se explicamos que o nitrogênio é o gás mais abundante da nossa atmosfera, que compõe todas as proteínas do nosso corpo e é usado por várias plantas em diversos processos biológicos.A conexão da teoria com a prática possibilita que os assuntos estudados façam muito mais sentido, economiza horas de leitura e ajuda a reter a informação por muito mais tempo no cérebro.
Assim, solicite que ele tenha atenção na sequência de processos até o resultado final. Na prova, ele não deverá se preocupar com detalhes e nomes específicos. Se a criança ou adolescente se lembrar de como os processos acontecem num organismo vivo, se entender o sistema, na hora da avaliação todas as demais informações serão lembradas naturalmente.
O seu filho deverá considerar para um estudo eficiente em Biologia: as terminologias, vídeos, mapas mentais, desenhos e esquemas e a importância da realização de exercícios e simulados.
1. Vídeos educativos
A Biologia é uma ciência altamente visual. “Recursos de imagem podem ser utilizados para ajudar o seu filho no processo de aprendizagem. Os vídeos também despertam o interesse e a curiosidade por sair da rotina, tornando o estudo mais leve, dinâmico e prazeroso”, avalia a professora Christiana Coelho.
A especialista, inclusive, cita como exemplo os conteúdos como replicação de DNA, transcrição de RNA e tradução de proteínas, que podem ser difíceis para o aluno que apenas faz a leitura do assunto. Esses processos são dinâmicos e, por isso, a aprendizagem pode ser facilitada por meio de vídeos animados.
2. Terminologias
Um dos grandes desafios dos alunos na Biologia são as diversas terminologias. Temos plantas fanerógamas e criptógamas, citocinese centrípeta e centrifuga, glândulas endócrinas, exócrinas e anfícrinas. E por aí vai…
Esses termos deverão ser familiarizados pelo seu filho. Uma boa dica a ser dada a ele é tentar quebrar palavras complexas para identificar sua raiz e, assim, conhecer o campo que ele está estudando.
3. Dominar primeiro o geral, depois o específico
Antes de aprofundar para itens específicos do estudo, seu filho precisa estar confortável com os conceitos gerais da Biologia. Por exemplo: deve-se estudar primeiro polialelismo, as leis de Mendel e então seguir para interação gênica.
Para acelerar a memorização dos diferentes processos e suas conexões, mapas mentais são um recurso didático eficaz para a grande maioria dos estudantes, ajudando a organizar as informações de uma maneira visual.
É importante entender qual é o canal de aprendizagem mais eficiente para o seu filho. Como ele aprende? Ele precisa ler e escrever para entender? Ou somente ler? Ou ouvir o professor e depois escrever? Tudo isso tem que ser compreendido antes de sugerir a melhor técnica de aprendizagem.
O mapa mental a seguir é um excelente exemplo, pois não apresenta muito detalhes. É enxuto e aborda as características principais do tema.
4. Entender o processo
Muitos alunos acreditam que a forma de estudar Biologia é por meio da “decoreba”, por isso consideram a matéria tão difícil. A dica é: seu filho precisa entender primeiro o processo e sua importância, sem se prender aos termos mais complicados.
Quando o aluno entende o processo de um conteúdo específico, os termos específicos ficam mais fáceis de serem encaixados nas etapas deste processo.
5. Mnemônicos
Segundo o pesquisador Alexandre Cristante Martins, as estratégias de ensino mnemônicas têm se mostrado muito eficientes no melhoramento da aprendizagem e da memória dos alunos para novas informações. Diferentemente do processo de memorização mecânica atrelado à repetição (ex.: leitura e releitura, cópia e reprodução de informações exatas), sugere-se que o uso de estratégias mnemônicas estimule a memória episódica humana, atuando no melhoramento de nossas funções metacognitivas.
Exemplos de mnemônicos em Biologia:
- Níveis Taxonômicos
Memorização da sequência dos níveis taxonômicos dos seres vivos: Reino, Filo, Classe, Ordem, Família, Gênero e Espécie.
Macete: ReFiCOFaGE - Doenças causadas por bactérias
Memorização das principais doenças causadas por bactérias: Tétano, Meningite, Sífilis, Cólera, Pneumonia, Gonorreia e Difteria.
Macete: Todo Mundo Sofre Com Pequenas e Grandes Doenças.
6. Desenhos e esquemas
Desenhos e esquemas podem ser ótimas opções para aumentar a produtividade. “Às vezes, ao estudar Biologia, as palavras por si só não conseguem explicar alguns conteúdos com clareza”, ressalta a professora Christiana Coelho.
Um exemplo é a matéria das células nervosas do corpo, os neurônios, que são constituídos de corpo celular, axônio e dendritos. O entendimento dessas estruturas pode ser facilitado por um desenho esquemático. Outro exemplo é em relação aos sistemas do corpo humano, que são dotados de várias estruturas, que são mais facilmente compreendidas quando visualizadas.
7. Prática distribuída
Na primeira coluna da série O Que Você Precisa Saber Para Estudar Melhor nós falamos sobre a prática distribuída. Ela vale para o estudo da Biologia também.
*A série O Que Você Precisa Saber Para Estudar Melhor se propõe a ajudar pais e alunos a descobrir a melhor forma de se preparar para cada uma das disciplinas da escola. Vamos abordar assuntos como rotina, ritmo, técnicas e apontar quais os erros mais comuns que não devemos cometer.
Christiane Fernandes é pedagoga e psicopedagoga, especialista em dificuldades de aprendizagem pela Universidade de Brasília (UnB). É fundadora da Filhos – Educação e Aulas (www.filhosweb.com.br), empresa que atua na área de educação oferecendo aulas particulares em casa há 13 anos. Possui ainda MBA em Gestão Empresarial com Foco em Estratégia pela Fundação Getulio Vargas.