Ajudando nos estudos: seja um telespectador ativo de seu filho
Nem sempre o aluno é desatento, ele pode estar desatento. É possível ajudá-lo, mas dizer exatamente qual foi seu erro não é o melhor caminho
atualizado
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Seu filho é desatento e quase sempre erra um sinalzinho na prova. Essa frase soa familiar?
Se perguntarmos para 10 alunos a que eles atribuem a nota baixa, nove falarão que erraram questões porque foram desatentos.
Resumidamente, muitas notas vermelhas são dadas a alunos que sabem a matéria, mas erram o exercício por desatenção. Assim, sem uma orientação adequada, nossos filhos poderão estabelecer uma relação ruim com uma determinada disciplina.
Saber ajudá-los nos estudos é fundamental também no caso da desatenção.
O que fazer, então? Muita coisa, mas comecemos pelo o que não devemos fazer.Nunca aponte o erro da questão. Isso o deixará menos estimulado a melhorar e ficar mais atento. Sabendo que você apontará exatamente o erro que ele cometeu, sempre vai te usar como muleta. Na prova, você não estará presente e a nota continuará vermelha. Isso vale tanto para pais quanto para professores.
Com sua interferência, seu filho permanecerá sem enfrentar a questão, sem desenvolver a própria acuidade visual em perceber os próprios erros.
Proponho o seguinte exercício:
– Defina com ele uma legenda que classifique a característica do erro.
Exemplo: para todo erro de sinal será desenhada uma estrela ao lado da linha onde está a falha. Para erros relacionados à própria operação (soma errada, por exemplo), o sinal é um círculo.
– Sejam criativos, usem canetinhas coloridas e discutam a melhor legenda. Façam deste momento algo divertido e com significado para seu filho ou aluno.
– Assim, ao corrigir os exercícios, o devolva com a legenda na linha do erro. Se na segunda linha do exercício houve um erro de sinal, desenhe uma estrela ao lado da linha. Sem dizer exatamente qual sinal está errado. Deixe que ele investigue.
– Atenção: comece indicando a linha do erro. Depois, aumente o campo da investigação, colocando a legenda que compreenda duas linhas e assim por diante até que você diga ao seu filho/aluno: “Reveja seu exercício, meu filho. Você consegue encontrar o erro”.
E, finamente, espere que ele crie o hábito de rever sempre o exercício.
Seu filho não é desatento, ele está desatento. Assim, contribua para que ele desenvolva a própria capacidade de investigar e identificar o erro. Seja, neste momento, um telespectador ativo.