Zoo de Brasília perde terceiro animal em 2018. Agora, morreu um ádax
Também perderam a vida neste ano, o elefante Babu e a girafa Ivelise. Confederação Brasileira de Proteção Animal denuncia falta de cuidados
atualizado
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Ferida durante uma tentativa de manejo, a ádax Gaia morreu na última quinta-feira (29/3), no Zoológico de Brasília. O animal teria agido de forma agressiva e se prendido a um portão quando os servidores tentaram transportá-lo para cuidar de uma luxação no membro posterior esquerdo.
Em nota, o zoo informou que a equipe de veterinários trabalhou no caso durante 16 horas e que “o laudo da necropsia está sendo concluído e irá compor o prontuário oficial do indivíduo”. O texto também esclarece o comportamento do animal: “Bovídeos selvagens, em geral, são extremamente agressivos e reagem de forma violenta ao serem manejados”.
Igor Morais, assessor de Conservação e Pesquisa da instituição, afirmou que “uma das primeiras coisas que aprendemos quando trabalhamos com a natureza é que vida e morte são partes indissociáveis dela”.
A Confederação Brasileira de Proteção Animal (CBPA), no entanto, denuncia a insegurança e a falta de cuidados adequados no local. “Não podemos aceitar a negligência e a morosidade da gestão. Três animais morreram, é necessário fazer alguma coisa”, disse a presidente, Carolina Mourão. “Ele tinha um ferimento simples, estava em um lugar seguro. Mas a ação desastrada, o manejo inadequado, provocou a morte de mais um animal”, completou.
Outras mortes
A morte da ádax Gaia é a terceira nos primeiros meses de 2018. No dia 7 de janeiro, o elefante Babu foi encontrado morto pelos veterinários. Os resultados de exames apontaram um possível envenenamento. Há menos de uma semana, no dia 25 de março, foi comunicado o óbito da girafa Ivelise, em decorrência de uma necrose no cólon causado pela torção de uma das alças intestinais.
A CBPA pede o fechamento temporário do zoológico. Na última quarta (28), o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) negou o pedido da Procuradoria-Geral do DF (PGDF) de substituir audiência de conciliação entre as partes, marcada para 9 de abril, por uma visita in loco. Os ativistas pretendem cobrar explicações da direção da instituição sobre a morte dos animais.